Ministro da Saúde critica as carreatas
Mandetta, entretanto, diz que seria um desastre a interdição total do sistema econômico e social; Brasil chegou a 114 mortos
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou neste sábado (28) que a quarentena vertical (restrita a grupos de risco) está, por ora, descartada como forma de enfrentar o novo coronavírus. Ele classificou como um desastre um cenário de interdição total do sistema econômico e social.
Mandetta criticou indiretamente os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que foram às ruas em carreatas nos últimos dois dias após pronunciamento do mandatário em que reclamou de medidas restritivas e a divulgação de um vídeo, produzido pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), com o slogan “O Brasil não pode parar”.
O próprio presidente e seus filhos postaram nas suas redes vídeos com imagens das manifestações ocorridas em estados como Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
“Não é hora de fazer carreata”, disse Mandetta. “Ainda não dá para falar: liberar todo mundo para sair porque a gente não está conseguindo chegar com o equipamento ‘just in time’ [na hora certa], como a gente precisa”, afirmou o ministro.
“Se sair andando todo mundo de uma vez, vai faltar (atendimento) para rico e pobre”, completou.
O chefe do SUS (Sistema Único de Saúde) disse também que os mais jovens também estão suscetíveis à doença e devem se preservar. Disse que a cloroquina, medicamento em fase de testes para tratamento da Covid-19, “não é o remédio que veio para salvar a humanidade, ainda”.