Faça cursos em casa e melhore o currículo Suspensão do consignado
Instituições públicas e privadas suspenderam atendimento, mas ainda oferecem conteúdos para a qualificação a distância
Diante do avanço do novo coronavírus, a recomendação é a de ficar em casa. Neste momento de tantas incertezas, quem está desempregado pode estar sem saber o que fazer. Afinal de contas, as centrais públicas de emprego suspenderam o atendimento presencial e muitas empresas devem seguir a mesma linha.
Porém, enquanto isso, o candidato que está à procura de uma recolocação no mercado de trabalho pode aproveitar esse tempo em casa para melhorar o próprio currículo e fazer cursos online gratuitos. “É hora de revisar o que foi escrito, refletir sobre a vida profissional. Para onde fui e para onde quero ir, definir metas. Quando tudo isso passar, onde quero trabalhar?”, afirma Meire Rose Corrêa, mentora de carreiras e oficineira do Programa Elabora, da Prefeitura de São Paulo.
Ela destaca a importância de reler o currículo e conferir os números de telefones e email. “Às vezes, o candidato pode perder oportunidades por causa de um contato errado ou até erros de digitação, o que pode demonstrar falta de atenção e causar uma má impressão em quem está recrutando”, diz a especialista.
Meire também pontua que fazer um curso online ajuda a pessoa a desenvolver habilidades que a ajudarão a manter o futuro posto de trabalho, como concentração, disciplina, organização mental e de seu material de trabalho ou de estudo, além da organização de tempo.
O responsável pela plataforma de cursos online da Unesp https://unespaberta.ead.unesp.br/index.php, André Luís Rodrigues Ferreira, conta que a procura pelo conteúdo gratuito cresceu substancialmente nos últimos dias. “O pico de acessos começou no dia 17 de março e subiu de 2 mil para 66 mil acessos diários. O curso de direito administrativo é um dos mais procurados para quem estuda para concursos públicos”, destaca.
Em razão do agravamento da pandemia do coronavírus no país, o problema deixa de ser da área da saúde e afeta a economia.
Muitos aposentados e pensionistas do INSS, embora tenham renda garantida, passam o mês apertados por empréstimos consignados. Nesse momento, a situação pode piorar, pois a aposentadoria termina sendo usada para pagar as contas de membros da família.
Uma decisão da juíza Paula Navarro, da vara cível de São Paulo, tocou num assunto polêmico: suspendeu por 120 dias o desconto do empréstimo consignado de trabalhador que teve o seu salário reduzido por motivo de força maior.
Embora essa crise econômica não interfira na integridade do benefício previdenciário, o aumento de despesas é provável se a renda do grupo familiar estiver afetada.
No fundamento da decisão, a magistrada entendeu que a proliferação do vírus é um caso fortuito que impede, temporariamente, o cliente de cumprir a obrigação e que seria o momento de todos fazerem “concessões, dado o estado de calamidade pública”.
Além do argumento do caso fortuito para suspender ou quebrar o contrato, o que não é tão simples, o aposentado precisaria provar que a renda familiar foi afetada em razão da pandemia.
Outro caminho menos conflituoso é a suspensão por 60 dias do consignado. Os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander) anunciaram que estão comprometidos em atender pedidos de prorrogação dos vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores que já foram usados pelo consumidor.
Dois ou mais meses de salários suspensos podem ser bastante úteis para pagar outras contas ou fazer uma reserva em época de tantas incertezas. Esses dois caminhos podem atenuar a situação daqueles que se encontram em situação financeira apertada.