Morte de profissionais da saúde cria alerta em hospitais
As mortes de dois profissionais da saúde nos hospitais municipais do Tatuapé e Tide Setúbal, em São Miguel Paulista (ambos na zona leste), nesta terça-feira (31), sob suspeita de contaminação pelo coronavírus, colocaram em alerta os funcionários da saúde pública.
Os funcionários têm reclamado da falta de EPI (equipamento de proteção individual) e relatado desespero no atendimento aos pacientes com Covid-19.
O auxiliar de enfermagem Eduardo Gomes da Silva, 48 anos, morreu após sete dias internado no Hospital Tide Setúbal, onde trabalhava, com sintomas de Covid-19. A declaração de óbito de Silva traz insuficiência respiratória e pneumonia grave como motivos da morte.
Segundo a irmã dele, a também auxiliar de enfermagem Telma Gomes Amorim, 44 anos, o médico apontou na tomografia o pulmão com característica de Covid-19 e outros sintomas comuns na contaminação pelo coronavírus. “Para confirmar, falta apenas o resultado do exame de secreção, mas está demorando no Brasil inteiro.”, diz.
Outro profissional da saúde que morreu também sob suspeita de contaminação pelo coronavírus foi o enfermeiro Idalgo Moura, 45, no Hospital do Tatuapé. A família diz que a declaração de óbito traz como causa da morte insuficiência respiratória a esclarecer, aguardando exames laboratoriais, broncopneumonia suspeita de Covid-19, além de um aviso para que não seja feita autópsia.
A prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB), não se manifestou. Os dois profissionais trabalhavam nas AMAS (Assistências Médicas Ambulatoriais) anexas, que funcionam como um pronto-socorro dos dois hospitais. A SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), diz que ambos eram seus colaboradores e receberam assistência, assim como as famílias. A SPDM diz que não é possível afirmar que eles desenvolveram Covid-19 sem resultados dos exames. (WC)