Luciano Huck destoa e evita polêmica
Na segunda (30), dia em que pré-candidatos de esquerda divulgaram carta pedindo a renúncia de Jair Bolsonaro e o tucano João Doria conclamou a população a não seguir as orientações do presidente, o apresentador e virtual candidato à sucessão de Bolsonaro em 2022, Luciano Huck, tem se mantido alheio aos debates políticos, cuja temperatura cresce com a curva de mortos e contaminados pelo Covid-19.
Evita manifestar-se diretamente sobre as polêmicas declarações e ações de Bolsonaro. Não contestou a avaliação de que haveria histeria exagerada da população, tampouco a caracterização da doença como “gripezinha”.
Huck também evitou menção aos panelaços, ao bate-boca entre presidente e governadores, à visita de Bolsonaro a cidades-satélite de Brasília e à sua defesa do fim do isolamento social para todos.
Também optou por não repreender seu sócio Junior Durski, da rede de restaurantes Madero, que em vídeo afirmou que o Brasil não pode parar por causa de 5.000 a 7.000 pessoas que morrerão durante a pandemia do coronavírus.
“Ao longo da vida tive um número expressivo de sócios. Não seria razoável imaginar que todos pensassem da mesma forma sobre tudo”, contemporizou Huck.
Nas redes sociais e em artigos, tem dado exemplos de como ajudar as pessoas e como enfrentar a crise em favelas.
Em 17 de março, Huck escreveu que “ideologia não combate vírus”. “É necessária uma articulação dos diversos níveis de governo, Poderes e sociedade. Isso só acontece com diálogo.”
Sobre o debate entre manter a economia funcionando e salvar vidas, o apresentador também tem sido genérico.
“A fome está chegando antes da doença. Não é hora de guerra política. Isso não é um tuíte com qualquer verniz ideológico. É fato”, escreveu, na rede social, em 26 de março.
Quando mais se aproximou de alguma crítica a Bolsonaro, foi para pedir pressa do governo na distribuição de dinheiro para os afetados pela crise. De novo, sem citar o presidente. (Folha)