Agora

Coronavíru­s faz a Argentina proibir demissões por 60 dias

Medida visa impedir as dispensas sem justa causa ou por conta de diminuição de trabalho

- SYLVIA COLOMBO

BUENOS AIRES O presidente argentino, Alberto Fernández, decidiu nesta quarta-feira (1), por meio de um decreto, proibir demissões “sem justa causa ou por conta de diminuição de trabalho e força maior” pelos próximos 60 dias.

A medida visa impedir que empresas demitam pelo fato de trabalhado­res estarem realizando a quarentena obrigatóri­a no país.

A decisão surgiu depois que uma das principais empresas do país, a Techint, decidisse demitir, sem justa causa, 1.450 funcionári­os. Depois de um longo enfrentame­nto com a empresa, Fernández convenceu os diretores da Techint a readmiti-los.

O decreto também liberou a transferên­cia de 30 bilhões de pesos argentinos ao Fundo de Garantia local, que podem ser retirados pelas empresas “com o objetivo de facilitar empréstimo­s a empresas micro, pequenas e médias empresas e evitar demissões”.

Os empresário­s começaram a reclamar com o governo desde a ampliação da quarentena obrigatóri­a, decretada no último domingo, até o próximo dia 12 de abril. Buzinaços e panelaços promovidos pelos empresário­s contra as medidas começaram a ocorrer, à noite, em Buenos Aires.

Medidas pelo mundo

Depois de barrar a entrada de cidadãos da maioria dos países da Europa para conter o avanço do coronavíru­s, o governo japonês estendeu nesta quarta (1º) a proibição para outras 49 nações, incluindo Estados Unidos, China e Coréia do Sul. Ao todo, nacionais de 73 países têm restrições de entrada na ilha.

Em paralelo, o primeiromi­nistro Shinzo Abe disse que todos que entrarem no país, incluindo japoneses, devem cumprir quarentena voluntária de duas semanas. Ambas as medidas entram em vigor na sexta-feira (3).

O premiê também pediu às companhias aéreas que reduzam o número de vôos internacio­nais. Segundo Abe, o Japão foi “pressionad­o até o limite” para adotar as medidas.

Ao contrário de boa parte dos países do mundo, o governo ainda não decretou estado de emergência para conter a pandemia. Há 1.953 infectados no Japão, que já registrou 56 mortes pela Covid-19.

Na Alemanha, A chanceler, Angela Merkel, anunciou nesta quarta-feira (1º) que o país vai estender até 19 de abril as atuais medidas de distanciam­ento social criadas para tentar conter a pandemia de coronavíru­s.

“O número de infecções continua a aumentar acentuadam­ente”, afirmou a chanceler durante videoconfe­rência com líderes regionais.

“Constatamo­s que a duração da recuperaçã­o de pessoas gravemente infectadas é mais longa do que pensávamos, muito mais do que duas semanas”, disse Merkel, que também está em quarentena em casa depois de entrar em contato com um médico que recebeu resultado positivo no teste para Covid-19.

Ela disse que o governo pretende reavaliar seu plano de combate à pandemia na próxima terça (14). (Agências)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil