Coronavírus faz a Argentina proibir demissões por 60 dias
Medida visa impedir as dispensas sem justa causa ou por conta de diminuição de trabalho
BUENOS AIRES O presidente argentino, Alberto Fernández, decidiu nesta quarta-feira (1), por meio de um decreto, proibir demissões “sem justa causa ou por conta de diminuição de trabalho e força maior” pelos próximos 60 dias.
A medida visa impedir que empresas demitam pelo fato de trabalhadores estarem realizando a quarentena obrigatória no país.
A decisão surgiu depois que uma das principais empresas do país, a Techint, decidisse demitir, sem justa causa, 1.450 funcionários. Depois de um longo enfrentamento com a empresa, Fernández convenceu os diretores da Techint a readmiti-los.
O decreto também liberou a transferência de 30 bilhões de pesos argentinos ao Fundo de Garantia local, que podem ser retirados pelas empresas “com o objetivo de facilitar empréstimos a empresas micro, pequenas e médias empresas e evitar demissões”.
Os empresários começaram a reclamar com o governo desde a ampliação da quarentena obrigatória, decretada no último domingo, até o próximo dia 12 de abril. Buzinaços e panelaços promovidos pelos empresários contra as medidas começaram a ocorrer, à noite, em Buenos Aires.
Medidas pelo mundo
Depois de barrar a entrada de cidadãos da maioria dos países da Europa para conter o avanço do coronavírus, o governo japonês estendeu nesta quarta (1º) a proibição para outras 49 nações, incluindo Estados Unidos, China e Coréia do Sul. Ao todo, nacionais de 73 países têm restrições de entrada na ilha.
Em paralelo, o primeiroministro Shinzo Abe disse que todos que entrarem no país, incluindo japoneses, devem cumprir quarentena voluntária de duas semanas. Ambas as medidas entram em vigor na sexta-feira (3).
O premiê também pediu às companhias aéreas que reduzam o número de vôos internacionais. Segundo Abe, o Japão foi “pressionado até o limite” para adotar as medidas.
Ao contrário de boa parte dos países do mundo, o governo ainda não decretou estado de emergência para conter a pandemia. Há 1.953 infectados no Japão, que já registrou 56 mortes pela Covid-19.
Na Alemanha, A chanceler, Angela Merkel, anunciou nesta quarta-feira (1º) que o país vai estender até 19 de abril as atuais medidas de distanciamento social criadas para tentar conter a pandemia de coronavírus.
“O número de infecções continua a aumentar acentuadamente”, afirmou a chanceler durante videoconferência com líderes regionais.
“Constatamos que a duração da recuperação de pessoas gravemente infectadas é mais longa do que pensávamos, muito mais do que duas semanas”, disse Merkel, que também está em quarentena em casa depois de entrar em contato com um médico que recebeu resultado positivo no teste para Covid-19.
Ela disse que o governo pretende reavaliar seu plano de combate à pandemia na próxima terça (14). (Agências)