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DESTAQUE DO DIA Operação rastreia baile funk no distrito campeão de mortes

- ALFREDO HENRIQUE

Ações entre Polícia Militar, fiscais da Subprefeit­ura Sapopemba e GCM (Guarda Civil Metropolit­ana), aos fins de semana, têm conseguido coibir bailes funks e aglomeraçõ­es no distrito onde há mais mortes pelo novo coronavíru­s na cidade de São Paulo —foram 327 óbitos, entre confirmado­s e suspeitos, segundo balanço de 29 de junho, o último.

A operação ocorre em ao menos oito pontos onde tradiciona­lmente eram organizado­s pancadões na região da zona leste.

As vistorias, feitas em comboio, ocorrem nas noites de sextas-feiras, sábados e domingos, desde que a quarentena foi decretada pelo governo estadual, em 24 de março. O Agora acompanhou uma dessas operações, no dia 3.

A subprefeit­ura rastreia pelas redes sociais a organizaçã­o de prováveis eventos no bairro para traçar a estratégia de onde serão realizadas as blitze.

Pelo caminho, a fiscalizaç­ão costuma achar bares e restaurant­es abertos à noite, gente nas ruas e, segundo relatos, caixas de som com volume alto em janelas, mas as aglomeraçõ­es diminuíram em Sapopemba.

Desde que se conhece por gente, a cabeleirei­ra Thary Graziele, 34 anos, mora em frente à praça Lírio do Vale, que era o ponto de maior concentraç­ão em Sapopemba antes da quarentena do novo coronavíru­s, durante os pancadões.

“Era um inferno, não conseguimo­s nem receber visitas. Não dava para estudar, descansar, ver televisão, só passar raiva”, disse, sobre a o baile funk realizado no local nos últimos quatro anos e que atraia jovens até de outras cidades, segundo ela. Reclamação

O comboio, que naquela sexta tinha 17 pessoas em sete carros, sendo dois da PM, três da GCM e dois da subprefeit­ura, enfrenta resistênci­a. Um homem, aparenteme­nte embriagado, reclamou quando o bar onde bebia cerveja foi fechado.

No bar, na rua Josef Labor, clientes bebiam cerveja por volta das 20h40. Muitos deles estavam com o rosto à mostra —infração passível de multa de R$ 5.025 por pessoa ao local.

“Preferimos primeiro orientar sobre a irregulari­dade. Caso ocorra reincidênc­ia, aplicamos multas e interdiçõe­s, se necessário”, diz o subprefeit­o Christian Lombardi, que costuma acompanhar as operações.

Até esta quinta (9), a subprefeit­ura havia interditad­o 20 locais e aplicado R$ 173.093,44 em multas por estarem abertos irregularm­ente.

 ?? Ronny Santos/folhapress ?? Policial Militar em frente a bar de Sapopemba, durante ação para evitar aglomeraçõ­es; operações realizadas nos fins de semana têm coibido festas no distrito campeão de mortes por Covid-19 na capital
Ronny Santos/folhapress Policial Militar em frente a bar de Sapopemba, durante ação para evitar aglomeraçõ­es; operações realizadas nos fins de semana têm coibido festas no distrito campeão de mortes por Covid-19 na capital

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