Polícia faz megaoperação contra PCC com 422 mandados de prisão
Investigação em todo o país visa combater lavagem de dinheiro de integrantes da cúpula da facção
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda (31) uma megaoperação de combate ao crime organizado em 19 estados e no Distrito Federal. Batizada de “Caixa Forte 2”, a operação envolveu cerca de 1.100 policiais federais, que cumpririam 623 ordens judiciais, sendo 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, todos os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte, que também determinou o bloqueio de até R$ 252 milhões dos envolvidos, dinheiro supostamente proveniente do tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro de pessoas ligadas à cúpula da facção criminosa PCC, nascida nos presídios paulistas nos anos 1990 e que hoje tem ramificações em todos os estados e em países vizinhos.
Nesta segunda, em apenas um dos endereços da operação, em Santos (72 km de SP), os agentes encontraram R$ 2 milhões e US$ 730 mil (R$ 3,9 mi) em espécie.
De acordo com o delegado Cairo Duarte, superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, a operação desta segunda é a maior da história da PF no combate de facções criminosas. Ainda segundo ele, atualmente, o foco da PF é a lavagem de dinheiro que circula fora do sistema prisional.
O objetivo desta ação não era efetuar prisões no baixo escalão do grupo, segundo o delegado Elvis Secco, coordenador geral de repressão a drogas e facções criminosas da PF.
“Não estamos mais no viés de realizar operações prendendo membro de baixo escalão ou simplesmente apreendendo drogas. Sempre o objetivo é enfraquecer essas organizações criminosas”, disse o delegado.
A operação desta manhã é desdobramento da operação “Caixa Forte - Fase 01”, que identificou os responsáveis pelo chamado “Setor do Progresso” da facção.
Este setor, segundo a investigação, dedica-se à lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. Os valores arrecadados eram repassados para inúmeras outras contas bancárias da facção, entre elas do “Setor da Ajuda”, responsável para ajudar membros da facção recolhidos em presídios. (Folha)