Antonelli: ‘Há razão para estarmos na casa das pessoas todos os dias’
censura férrea na época da ditadura militar”, afirma.
O artista diz ainda que saber que a história contada na novela de fato aconteceu com alguém dá ao ator a real dimensão do que a novela representa para grande parte do público —para ele, é como se não existisse mais a “divisória que separa a ficção da realidade.”
Por fim, Tony Ramos mais uma vez manifesta seu amor ao gênero. “Em um programa diário há uma sintonia muito curiosa [com o público], até estranha e fascinante, que só a telenovela proporciona.”
Outro personagem marcante de “Laços de Família” é Capitu, a universitária que trabalha como garota de programa, interpretada por Giovanna Antonelli.
A atriz conta que estar no elenco da novela de Manoel Carlos foi um “divisor de águas” na carreira. Ela destaca a forma humanizada como o autor construiu os personagens, “fugindo da superficialidade”, e afirma que isso colaborou para que o espectador estabelecesse uma conexão com a história.
“Acredito que a história da Capitu é real, existe. Ela era batalhadora, cuidava dos pais, boa mãe, uma mulher apaixonada e apaixonante. Há uma justificativa para estarmos na casa das pessoas todos os dias”, avalia.
Na trama, Capitu se envolve com o filho mais velho de Helena, Fred (Luigi Baricelli), com quem viveu um romance na adolescência. Eles voltam a se apaixonar na fase adulta, quando ele já está casado com Clara, interpretada por Regiane Alves —a atriz também não poupa elogios ao autor.
“Acho que o Maneco fala muito da alma feminina, o que é bastante curioso, parece que ele está dentro de casa olhando pelo buraquinho da porta. Isso era incrível em ‘Laços de Família’”, diz Alves.
Para Baricelli, a trama se destaca pela intensidade de sentimentos, ou seja, por sua carga emocional. “Nós não atuávamos, nós existíamos”, brinca. “Muitas vezes ficamos no passado, no futuro e perdemos aquele momento da vida. Todos tiveram destaque, era um time querendo fazer aquilo acontecer, existindo naquele momento, no presente. É mais do que uma novela, era uma lição de vida”, conclui. (EAQ)