Agora

Hora de voltar às aulas

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Pais e professore­s se veem diante de duas opções problemáti­cas: voltar às aulas em meio à epidemia mal controlada de Covid-19 ou seguir em casa. No momento atual, tudo indica que alongar a quarentena seria a pior.

No Brasil, as curvas de mortes e infecções caíram e achataram. Mundo afora, ficou claro que uma segunda onda da pandemia é incomum; onde as aulas foram retomadas, as infecções na escola são poucas e as mortes, raras. Houve surtos em Israel e nos EUA —mas países como a Alemanha, Noruega, França e Uruguai tiveram experiênci­as tranquilas.

A questão não é se as aulas devem voltar, mas como. Se as escolas seguirem fechadas, a evasão escolar deve subir e a vida dos estudantes que dependem de merenda e não têm como acompanhar o ensino a distância tende a piorar. Muitas escolas particular­es já se prepararam para retomar as atividades; o abismo entre os seus alunos e os que dependem do ensino público só aumentaria.

Onde o ritmo de infecções e mortes segue acelerado, é preciso pensar duas vezes antes de reabrir. Mas os governante­s devem evitar manter as escolas fechadas só para não desagradar sindicatos de professore­s em ano eleitoral. No estado de São Paulo, onde a reabertura foi autorizada na terça (8) para cidades há 28 dias na chamada fase amarela, só 128 dos 645 municípios liberaram o retorno.

Experiênci­as internacio­nais indicam que o fundamenta­l é identifica­r portadores de sintomas relacionad­os à Covid-19, testá-los com a maior rapidez possível e isolar quem teve contato com eles. O papel do poder público é tornar isso possível, e o dos pais e educadores é exigir que o Estado cumpra seu dever constituci­onal de prover educação —para todos.

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