DESTAQUE DO DIA Brasil é um dos países com mais tempo sem aula, afirma estudo
Documento diz que colégios fechados por causa da Covid podem prejudicar economia mundial
Mesmo sem haver um retorno generalizado de aulas no Brasil, o tempo de fechamento de escolas por causa da pandemia já é maior do que na média dos países ricos. A suspensão das atividades terá impacto na economia global, diz relatório da OCDE (Organização para a Organização e Desenvolvimento Econômico).
A organização divulgou nesta terça-feira (8) a edição de 2020 do relatório Education at a Glance (educação num relance).
O documento relaciona a interrupção das aulas com o acúmulo de perda de habilidades e o reflexo na produtividade. Os efeitos econômicos por isso serão sentidos ao longo de décadas, segundo a OCDE.
“Como a perda do aprendizado reflete em perdas de habilidades, isso reflete na produtividade. O impacto relativo sobre o PIB [Produto Interno Bruto] pode ser de 1,5% em média até o final do século”, diz o texto.
Até o fim de junho, o Brasil acumulava 16 semanas de interrupção de aulas, contra uma média de 14 semanas nos países da OCDE.
No início de setembro, só 8 dos 46 países avaliados ainda estavam com as aulas suspensas.
O impacto real em alguns países, diz o documento, pode ter sido menos severo pela capacidade de manter aulas durante o período.
No Brasil, a desigualdade provoca maiores preocupações. Um em cada cinco (19,1%) estudantes de 6 a 29 anos não teve nenhum tipo de atividade escolar em julho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O estudo indica que a quantidade de alunos por sala é um dos “parâmetros críticos” para a reabertura, devido à necessidade de garantir distanciamento.
Entre 32 nações com dados disponíveis, o Brasil tem o décimo maior número de alunos por classe até o 5º ano do ensino fundamental (anos iniciais) e o sexto maior número de estudantes por turma no estágio que vai do 6º ao 9º ano (anos finais). (Folha)