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Arroz chega a custar R$ 40 e Bolsonaro promete medidas

Presidente pretende zerar imposto de importação e pede a supermerca­dos lucro perto de zero

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BRASÍLIA Para evitar críticas por uma eventual volta da inflação puxada pelo preço do arroz e de outros itens da cesta básica, o presidente Jair Bolsonaro pretende zerar o imposto de importação dos produtos.

Pessoas que participar­am das discussões com o presidente afirmam que a ideia é, inicialmen­te, propor à Camex (Câmara de Comércio e Exterior), um comitê vinculado ao Ministério da Economia, zerar a alíquota de importação do arroz vindo de países fora do Mercosul.

A intenção é fazer nesta semana reunião do órgão.

Outros produtos, como milho e soja também poderão ter o mesmo tratamento para conter a alta de preços. Mas deverão ser tratados em uma outra rodada.

Bolsonaro apelou aos supermerca­dos para que diminuam margens de lucro.

“Sei que outras medidas estão sendo tomadas pelo ministro da Economia [Paulo Guedes], bem como pela ministra [da Agricultur­a] Tereza Cristina para nós embasarmos a resposta a esses preços que dispararam nos supermerca­dos”, disse.

O presidente disse que tem pedido a redes varejistas que, diante da alta do arroz, reduzam os ganhos.

“Eu tenho apelado a eles. Ninguém vai usar caneta Bic para tabelar nada. Não existe tabelament­o. Mas [estamos] pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais para a população seja próximo de zero.

Eu acredito que, com a nova safra, a tendência é normalizar o preço”, afirmou.

O arroz disparou nos supermerca­do, sobretudo nas últimas semanas. Um pacote de cinco quilos, normalment­e vendido a cerca de R$ 15, chega a custar R$ 40.

Assim como outros itens da cesta básica, como óleo e feijão, a alta está ligada à valorizaçã­o do dólar. Além disso, a safra de arroz neste ano caiu, ao mesmo tempo em que a procura no país cresceu na pandemia.

Associaçõe­s do varejo divulgaram cartas públicas alertando para o aumento de preços. A alta chega a superar 20% em 12 meses em produtos como leite, arroz, feijão e óleo de soja —itens da cesta. (Folha e UOL)

Taxa acumulada, em %

Em 12 meses até julho No ano

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