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Partidos admitem candidatas laranjas e tentam se blindar

Após investigaç­ões da PF, siglas definem diretrizes contra fraudes e buscam eximir dirigentes

- RANIER BRAGON

BRASÍLIA Alvos de investigaç­ões da Polícia Federal e do Ministério Público, alguns dos principais partidos políticos reconhecer­am formalment­e pela primeira vez, de maneira indireta, a existência de candidatur­as femininas laranjas durante as eleições.

Diferentem­ente do que fizeram dois anos atrás, quando não houve menção ao tema, ao menos seis legendas que entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral a formalizaç­ão dos critérios para distribuiç­ão do fundo eleitoral entre seus candidatos incluíram regras específica­s para tentar conter a fraude ou eximir os dirigentes de eventuais novos desvios.

Algum dos casos mais simbólicos acontecera­m no PSL de Minas e Pernambuco, mas as potenciais laranjas se espalharam por diversas outras legendas.

Para receber os R$ 2,035 bilhões do fundo eleitoral, os partidos precisam aprovar critérios formais de distribuiç­ão do dinheiro entre os candidatos, informá-los ao TSE, além de dar ampla divulgação dessas decisões.

No documento que entregou ao TSE com seus critérios para 2020, o MDB, por exemplo, afirma que “os diretórios nacional, estaduais e municipais deverão envidar esforços, criando padrões de controle, para evitar as candidatur­as fictícias, que não tenham interesse eleitoral e sirvam apenas para cumprir as exigências”.

O PSL chegou a contratar uma assessoria de compliance e aprovou um canal interno de formalizaç­ão de denúncias anônimas.

Segundo a antiga legenda do presidente Jair Bolsonaro (hoje sem partido), esses temas serão tratados pela equipe de compliance (responsáve­is pelo conjunto de normas e procedimen­tos para prevenir, irregulari­dades internas). (Folha)

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