Vilã de ‘Malhação’ conta que recebe mensagens ‘não muito carinhosas’
Daniela Galli relembra como foi interpretar a malvada Malu em ‘Malhação - Viva a Diferença’, reprisada na Globo
Com a volta de “Malhação: Viva a Diferença”, a atriz Daniela Galli conta que passou a receber mensagens “não muito carinhosas” do público por meio das redes sociais. Tudo por causa das maldades feitas por sua personagem Malu, a vilã da trama.
Além de invejar Marta (Malu Galli), a professora apronta para atrapalhar a relação entre Edgar (Marcelo Antony) e a filha dele Lica (Manoela Aliperti) e tenta interferir no futuro de Ellen (Heslaine Vieira). “Eu já havia vivido personagens dúbios, mas nunca uma vilã tão unânime.”
Como você recebeu a notícia da reprise de Malhação?
Fiquei sabendo da reprise pelas “five” [como são chamadas as protagonistas da trama], que contaram a notícia para todo o elenco. Foi uma alegria muito bem-vinda logo no início da quarentena. Esse trabalho foi especial para todos os envolvidos, a começar pela proposta de falar do universo jovem com naturalidade, descartando superficialidades, celebrando a diversidade e discutindo pautas relevantes.
Na história, você vive uma vilã. Como foi a experiência de encarnar uma mulher tão ambiciosa?
Eu já havia vivido personagens dúbios, mas nunca uma vilã tão unânime. Foi uma experiência nova e um desafio prazeroso. Busco sempre humanizar a personagem e fugir de estereótipos. Nesse caso, não queria cair na ideia clichê de vilania, mesmo sendo talvez a personagem mais folhetinesca da trama. Aos poucos, fui descobrindo a Malu A ironia, por exemplo, era algo muito presente nas falas dela, às vezes um sorriso, um tom de voz suave e a aparente elegância podiam ser ainda mais cortantes que uma esbravejada ou um tom de voz mais alto e firme. Eu falava das coisas mais horríveis como se estivesse fazendo um elogio. E isso tinha um efeito extremamente irritante.
Tem alguma cena que você gosta de rever? Qual?
Tem vários momentos que eu queria revisitar: a festa junina das duas escolas juntas e o discurso em prol da educação que a Dóris [Ana Flávia Cavalcanti] faz; a cena em que o pai da Benê [Daphne Bozaski] aparece; a manifestação dos alunos pedindo que o Bóris fique na escola; os shows dos Lagostins.
Como tem sido a repercussão da reprise?
Voltei a receber mensagens não muito carinhosas pelas redes sociais [risos], mas também recebo recados lindos. São inúmeros os depoimentos emocionantes de admiração pela temporada. Cultivamos um público muito carinhoso e ativo. ‘Viva a Diferença’ conta histórias e levanta questões necessárias para a construção de uma sociedade mais justa.
Você gosta de rever trabalhos antigos, faz autocrítica?
Sou autocrítica e muito exigente com meu trabalho, mas gosto de rever o que fiz depois de um tempo. Claro que em muitos momentos penso: ‘Puxa, hoje eu faria isso diferente’. Mas faz parte, estamos em constante movimento e evolução. Amo meu trabalho e, junto com cada personagem, vivo experiências que me transformam. Depois de um tempo é possível ter um distanciamento entre resultado e processo.
Alguma lembrança de bastidor da época que ficou guardada na memória?
Fiz amizades para a vida toda e aprendi muito. A gente se divertia muito nos bastidores. Não esqueço de uma brincadeira que o Bruno Gadiol fez conosco: ele cantava e filmava enquanto a gente dublava ao vivo. Criamos vídeos hilários. Em um dos encontros fora do trabalho, onde reunimos elenco e equipe, havia uma banda tocando e logo começou uma sessão improvisada, visto que tínhamos muitos músicos no elenco.
Com a flexibilização da quarentena em algumas cidades, como está a retomada da sua rotina?
Há pouco tempo, depois de cinco meses de isolamento, tive que viajar por uma necessidade. Mesmo assim, continuo em casa, saindo só para o necessário e tomando todas as medidas de segurança. Mas incluí algumas bem-vindas voltas de bicicleta e mergulhos no mar bem cedinho. A natureza é nossa mãe e ficou muito bem sem nossa presença. Espero que todo esse período sirva para que mais e mais pessoas percebam que é urgente uma mudança de hábitos em relação ao meio ambiente.