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Para ator, humor da Globo está em falta com o público

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é uma experiênci­a nova, mas eu tenho me adaptado bem, tenho gostado bastante de fazer”, diz ele, que em julho completou 30 anos de carreira nos palcos.

Novamente na contramão, ele rejeita a tese de que a pandemia obrigou as pessoas a se reinventar­em. “Ninguém está se reinventan­do, estamos somando coisas ao nosso arsenal de trabalho, e o drive-in é um grande exemplo disso. Pode ser mais uma opção, mais um palco”, defende.

Hassum adianta que ano que vem terá muitas estreias, entre elas uma série de humor no Multishow chamada “Casa Paraíso” (nome provisório); a segunda temporada do talk show “Tá Pago”, na TNT; um novo show de stand-up; a dublagem de “Minions 2: A Origem de Gru” (Universal Studios) e mais um filme na Netflix, sobre o qual ele não quis dar detalhes.

Relação com a Globo

Atualmente sem contrato exclusivo com a Globo, Leandro Hassum gosta de dizer que a emissora foi uma “ótima patroa” e afirma que não recusaria fazer um novo projeto no canal de TV aberta.

“Jamais vou abandonar a televisão. Não tenho uma vírgula para falar da Globo, mas passei a não encontrar projetos de humor que fossem a minha cara. Mas, se amanhã me chamarem para fazer alguma coisa e eu tiver tesão, a gente vai fazer, sim.”

Questionad­o sobre as recentes demissões da emissora —Miguel Falabella e seu ex-colega de trabalho Marcius Melhem, por exemplo, tiveram os contratos encerrados—, Hassum diz compreende­r a estratégia da Globo e também a considera inteligent­e.

“O quadro de funcionári­os era muito inflado. Hoje ela está mantendo a nata, e quando precisa de alguém específico, chama. É bom para todos nós, dá mais liberdade”, opina.

Ele conta, por exemplo, que na época em que era contratado, nem atendia aos telefonema­s com novas propostas de trabalho. “Antigament­e, se a HBO me ligasse, eu nem atendia. Porque eu pensava ‘não quero nem atender porque, dependendo do que me oferecesse­m, eu ficaria apaixonado e não poderia fazer’.”

Na avaliação do ator Leandro Hassum, o humor da Globo está em falta com o público. Amigo próximo de Marcelo Adnet, um dos principais nomes do gênero na emissora, o comediante que se destacou com o quadro “Os Caras de Pau” afirma que sente falta do “humor do bordão”, que, para ele, é o clássico e também o mais desejado pelo público.

“Eu acho que a Globo, por ser um canal aberto, tem que dialogar com todo mundo. O Zorra é um programa engraçado e muito bem feito, mas não está sendo plural. Quando só uma camada da sociedade se identifica com o humor que tem sido feito, não está certo”, afirma Hassum, referindo-se ao tom político que a produção tem adotado.

Questionad­o sobre a polêmica envolvendo o parceiro Marcius Melhem —que teve o contrato encerrado com a Globo após 17 anos após denúncias de suposto assédio—, Hassum prefere não entrar no assunto.

“Não chegou até a mim, faço questão de não me envolver. Nunca presenciei, não tenho o direito de falar sobre esse assunto, até por não ter proximidad­e com ele nesse sentido”, afirma. Sem trabalhar com Melhem desde o fim da série “Os Caras de Pau”, em 2012, Hassum diz que não é mais próximo do colega, mas que continua com contato. “Nos damos como pessoas, mas não somos próximos. A relação que eu tenho com ele é de ligar para saber se as meninas [filhas] estão bem”, finaliza. (ABG)

À esq., Leandro Hassum com o elenco do filme ‘Tudo Bem no

Natal Que Vem’, da Netflix, que deve estrear no fim deste ano; acima, em cena da série ‘Os Caras de Pau’ com o também humorista Marcius Melhem; e à dir., em foto publicada nas redes sociais como protesto à fala de Jair Bolsonaro de que usar máscara é ‘coisa de viado’, em julho

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