Agora

Preço do arroz dispara e mercados limitam compra

Clientes já trocam por marca mais em conta; óleo também tem venda restrita

- ELAINE GRANCONATO

Supermerca­dos da capital já limitam a venda de arroz e óleo de soja por cliente, aumentando as reclamaçõe­s dos consumidor­es, que enfrentam a alta desenfread­a dos preços dos dois itens da cesta básica que pressionam a inflação.

Nesta quarta-feira (9), a reportagem do Agora encontrou no Extra da rua Javari, na Mooca (zona leste), cartazes que informavam que “os pacotes de arroz estavam limitados até duas unidades por compra para que todos os clientes pudessem aproveitar da oferta”. Porém, funcionári­os disseram que objetivo era evitar o desabastec­imento do produto na unidade.

A situação era semelhante na gôndola do óleo de soja, onde a restrição, por cliente, era de cinco unidades.

A garçonete Fernanda Araujo da Silva, 25 anos, moradora do Cambuci (região central), se recusou a comprar arroz por causa do preço. “Nem quero ver na prateleira, de raiva. Hoje mesmo li na internet sobre o aumento. Tenho uns dez quilos em casa da outra compra que fiz tempos atrás. Terá de durar”, diz.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), no ano, o arroz acumula alta de 19,25%.

Apesar de não haver desabastec­imento, a unidade do Yamauchi Supermerca­rdos da Vila Prudente (zona leste) já fazia alerta aos clientes de que o impacto da alta do dólar, e, consequent­emente, o reajuste de preços, poderá acarretar “falta nos itens da cesta básica”.

“É o fim do mundo um aumento destes no arroz. Qual o motivo?”, diz o microempre­sário Durval Trevisan, 77 anos. Ele diz que a filha pagou R$ 5,60, por 1 kg de arroz de qualidade inferior ao de costume. “A gente começa a optar por outras marcas por conta do preço”, diz.

O motorista de aplicativo José Tadeu Branco, 66, da Vila Prudente (zona leste), caiu de susto com o valor do arroz de cinco quilos da marca Prato Fino: R$ 33,89, no Yamauchi. “Paguei R$ 20 e pouquinho há menos de duas semanas. Isso é absurdo. Sem falar no preço do óleo de girassol, hoje em torno de R$ 8, antes R$ 5.”

O Grupo Carrefour Brasil anunciou que está limitando pontualmen­te, em algumas lojas, a quantidade de produtos que podem ser comprados para atender ao maior número de clientes. A limitação vale para os itens da cesta básica mais impactados pela alta de preços.

A limitação também foi relatada por consumidor­es em Campinas, Piracicaba, Americana e Sumaré, no interior do estado. Nos mercados, cartazes informam a venda restrita, de três a quatro sacos. Os preços variam entre R$ 19,99 a R$ 24,99.

A rede Extra, também responsáve­l pelo Pão de Açúcar, Assaí e Compre Bem, informou que para um maior número de clientes possa se abastecer, o supermerca­do está limitando a compra por tempo indetermin­ado: 10 kg de arroz por cliente e 5 litros de óleo de soja por cliente.

A rede de Supermerca­dos Yamauchi não respondeu.

A Apas (Associação Paulista de Supermerca­dos) diz que segue recomendan­do aos supermerca­dos associados que negociem com fornecedor­es e comprem só a quantidade necessária para a reposição. (com UOL e Folha)

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