Dérbi da virada
Um mês após final do Paulista, Timão e Verdão ainda tentam superar críticas e se encontrar
Até o estádio do Corinthians já mudou de nome, mas o futebol do time e o de seu arquirrival Palmeiras são bem parecidos com o que foi apresentado na final do Campeonato Paulista, há um mês. Passados pouco mais de 30 dias de uma decisão criticada pelo baixo nível técnico, Tiago Nunes e Vanderlei Luxemburgo continuam buscando soluções em suas respectivas equipes.
Elas voltarão a se encontrar nesta quinta-feira (10), às 19h15, no campo agora chamado de Neo Química Arena, em Itaquera, pelo Campeonato Brasileiro. É mais uma chance para os treinadores ganharem fôlego em seus contestados trabalhos com uma apresentação convincente diante do principal adversário.
Ambos estão pressionados. Mesmo Luxemburgo, com o moral de dar dado ao Verdão o título estadual sobre o tradicional inimigo, tem sido cobrado pelo desempenho alviverde. Seu time vem de vitória e o aproveitamento no Nacional não é ruim —13 pontos em sete jogos—, porém ele já teve de encarar protestos mesmo após triunfos.
“Achei que existiu um exagero muito grande nas críticas. As críticas de que não estávamos jogando bem procedem, tudo bem, sem problema nenhum. A gente entende que precisava melhorar. Mas muitas das outras críticas são perseguição, a gente sabe co
Cássio
Fagner
Gil
Danilo Avelar Lucas Piton Camacho
Cantillo
Ramiro
Araos
Léo Natel (Otero) Jô
Técnico: Tiago Nunes
Weverton
Mayke
Luan
Gustavo Gómez Viña
Patrick de Paula Gabriel Menino Zé Rafael
Lucas Lima Wesley (G. Veron) Luiz Adriano
Técnico:
V. Luxemburgo mo funciona”, disse o técnico de 68 anos, apontando a política do clube alviverde como razão para os questionamentos.
Ele vem encontrando dificuldades sobretudo na criação, revezando meias sem encontrar um que resolva a questão e perdendo a paciência com os frequentes erros de passe. A constante no setor tem sido a boa participação do volante Patrick de Paula, que completou 21 anos nesta semana.
No ataque, a solução pode estar em outro jovem. Gabriel Veron, 18, entrou muito bem na vitória por 2 a 1 sobre o Red Bull Bragantino, no último final de semana, e pode ganhar espaço, mas Luxemburgo faz questão de pedir calma com o garoto, que deverá começar o clássico no banco.
Tivesse essa opção no Timão, Tiago Nunes certamente não hesitaria em escalar um menino. O treinador já testou diversos jogadores na frente, entre experientes e inexperientes, procurando um parceiro confiável para o centroavante Jô, e está longe de achar a resposta ideal.
Gustavo Silva, o Mosquito, e Léo Natel são as atuais opções de velocidade. Nos outros setores, o gaúcho também encontra problemas e vai mexendo peças sem obter bons encaixes e bons resultados.
O time escalado no último sábado —no suado empate por 2 a 2 com o Botafogo, em Itaquera, com um gol de Jô nos acréscimos— tinha cinco nomes diferentes em relação ao que pegou o Palmeiras na final do Paulista. Agora, é o recémchegado Otero que dá alguma esperança de melhora, ao menos com sua precisão nas bolas paradas.
O Corinthians tem apenas nove pontos em sete partidas no Brasileiro e iniciou a rodada em 11º lugar, com uma partida a menos do que parte dos concorrentes. Sem tornar o ataque produtivo, missão assumida em sua chegada, e sem a consistência defensiva do time nos últimos anos, Nunes vê novamente seu emprego em risco.
“Já ouvi que meu cargo estava em jogo em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto... Agora, estamos em setembro, e continuo ouvindo isso. Uma hora alguém vai acertar”, disse o técnico de 40 anos, em busca de mais tranquilidade no clube.