DESTAQUE DO DIA Número de enterros na capital tem queda de 32% na pandemia
Pico ocorreu em maio, quando houve um aumento de 51% em relação ao mesmo mês de 2019
O número de enterros em cemitérios públicos da capital paulista apresentou uma queda de 32% na comparação entre o mês de maio, pico da pandemia, e setembro, quando ela começou a dar sinais de desaceleração.
Em maio foram registrados 5.746 sepultamentos em SP, segundo dados da prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB). É o maior número desde que a Covid-19 chegou ao Brasil. O número também é muito superior ao registrado em maio do ano passado, que teve 3.800 enterros —51% maior.
Já no mês de setembro foram realizados 3.904 enterros, 5% a mais que no mesmo mês do ano passado, quando ocorreram 3.718 sepultamentos. Setembro deste ano também é o mês com menos enterros, desde que a pandemia do novo coronavírus atingiu o Brasil.
Na comparação com o ano passado, durante a pandemia o número de enterros aumentou 25%. Entre março e setembro foram 33.240 sepultamentos, enquanto no mesmo período de 2019 ocorreram 26.511, ainda segundo a prefeitura.
A elevação no número de enterros em 2020, na comparação com 2019, tem como causa principal, a pandemia do novo coronavírus, afirma André Ribas, médico epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic.
“De fato, esse aumento na mortalidade se deve, em grande parte, à Covid-19. Não dá para saber exatamente quantos por cento, mas estima-se que mais de 90% do excesso de mortalidade durante as pandemias sejam de pacientes que morreram da própria Covid, por causa direta ou indireta”, explica o médico.
“Mas pode haver também algum aumento na mortalidade por outras causas. Pelo fato de os hospitais estarem muito lotados, pode existir uma dificuldade maior de acesso [aos tratamentos]. Mas isso deve ser uma parte residual nesse aumento da mortalidade”, completa.
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