Artigo sobre aplicação de remédio é questionado Meta de vacinação não é atingida
Há cinco anos, Brasil não consegue cumprir nem metade das 15 imunizações
Até o momento, estudos clínicos realizados em todo o mundo não demonstraram eficácia do uso da hidroxicloroquina para impedir a infecção pelo novo coronavírus ou melhorar a evolução dos seus sintomas.
Dois artigos publicados recentemente concluíram que há, sim, eficácia da hidroxicloroquina (composto menos tóxico da cloroquina; a cloroquina não foi avaliada) no uso precoce por pacientes não hospitalizados, e um terceiro artigo diz que, no mínimo, não é possível descartar seu uso. A qualidade desses trabalhos, porém, é questionada.
Os trabalhos são duas meta-análises (análise dos dados de diversas pesquisas já publicadas) e uma revisão sistemática (descrição qualitativa da bibliografia disponível) e, portanto, não avaliaram novos pacientes. (Folha)
Entre as 15 vacinas do calendário infantil brasileiro, que inclui a imunização contra a poliomielite, metade não bate as metas do calendário desde 2015.
Desde 2018, nenhuma mais bateu a meta. Naquele ano, duas atingiram o objetivo: a BCG, com 99,72% de imunização do público-alvo, e a vacina contra o rotavírus humano. Para ambas, a meta é superar os 90%.
Neste ano, até 2 de outubro, a taxa de imunização para a BCG chegou a 63,88%, e para o rotavírus, a 68,46%.
A maior cobertura atingida até outubro foi da vacina pneumocócica, com taxa de 71,98%. Em 2019, chegou a 88,59% do público-alvo.
As informações foram divulgadas na sexta (16) pela coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana.
Segundo ela, a queda nas coberturas vacinais preocupa muito o programa, considerado um dos mais amplos e bem sucedidos do mundo.
Entre os fatores estão os horários de funcionamento das unidades de saúde, a circulação de fake news sobre a segurança das vacinas e a impressão, para muitas pessoas, de que as doenças imunopreveníveis já deixaram de existir. (Folha)