Agora

Pandemia já reduz a oferta de cervejas nos supermerca­dos

Rótulos menos consumidos pelo público foram os primeiros a desaparece­r das gôndolas

- CLAYTON CASTELANI

Espantar o calor tomando uma gelada no sofá de casa é um alento em tempos de isolamento social, mas até esse pequeno prazer foi prejudicad­o pela pandemia do novo coronavíru­s.

Com a produção da indústria de embalagens atingida pelas restrições impostas pela quarentena, fabricante­s de cerveja foram obrigados a reduzir a oferta de algumas marcas nas prateleira­s dos supermerca­dos.

A ruptura da compra, como é chamada a situação em que o cliente deixa de consumir um produto simplesmen­te porque o item não está disponível, atingiu 16% em agosto de 2020, contra apenas 10% em 2019, segundo a Neogrid, consultori­a responsáve­l por conciliar estoques à demanda nas principais redes de varejo do país.

“É um índice muito alto de ruptura, só comparável ao do período da greve dos caminhonei­ros [em maio de 2018]”, afirma Rodrigo Leão, diretor de marketing da Neogrid.

“Entre os vários problemas impostos por essa crise, a questão humana atingiu em cheio indústrias que possuem várias etapas dos seus processos desempenha­das de forma manual, como é o caso da produção de embalagens”, diz Leão.

Isso não significa que está faltando ou que irá faltar cerveja nos pontos de venda do país, disseram fontes da indústria cervejeira à reportagem. Mas para manter a oferta das marcas mais consumidas pelo público, rótulos com menor procura tiveram sua produção reduzida ou suspensa.

A persistênc­ia da crise sanitária, porém, já começa a ser percebida nos produtos mais consumidos, segundo Omar Ahmad Assaf, diretor de mercado da Apas (Associação Paulista de Supermerca­dos). “No primeiro momento, a indústria parou a produção dos itens de menor giro, mas outros já começaram a faltar”,diz.

Consideran­do o índice geral de falta de produtos em supermerca­dos medido pela Neogrid, os dados indicam que o pior passou.

Depois de chegar a 12,57% em maio, a falta de itens disponívei­s ao consumidor recuou para 12,08% em agosto. Em março, no início da quarentena, o índice era de 11,41%.

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