Agora

Esquerda derrotada

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Em termos proporcion­ais, o PT perdeu menos prefeitura­s que o PSDB e quase tantas quanto o MDB. Mas o encolhimen­to petista é o mais notável entre os partidos tradiciona­is, e não apenas em razão dos números.

Foi um desempenho muito fraco para uma legenda que desde 1989 disputa os segundos turnos das eleições presidenci­ais. Tanto em quantidade de municípios quanto em população governada, a sigla ocupa agora um vexaminoso 11º lugar no ranking nacional.

Em São Paulo, onde sempre se destacou, ficou muito longe do segundo turno. E também não elegeu prefeito nas capitais, fato inédito desde 1985.

Apesar da força de novos nomes como Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’ávila (PC do B) e da vitória de Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém, a esquerda em geral foi derrotada. O PDT de Ciro

Gomes ainda conquistou duas capitais, Aracaju e Fortaleza.

Quem se deu bem mesmo foram os partidos do centrão, como PSD e PP, e o DEM. Apesar do declínio, o PSDB também manteve força consideráv­el.

Jair Bolsonaro foi outro que saiu derrotado. Candidatos em cidades importante­s fugiram da associação com o bolsonaris­mo. Tampouco houve vitória relevante de aventureir­os e populistas.

Isso não quer dizer, necessaria­mente, que a antipolíti­ca esteja morta, menos ainda a esquerda ou o presidente. Trata-se de uma eleição municipal, com questões específica­s e locais, disputada no momento complicado da pandemia.

A população, porém, parece cansada da estridênci­a de 2018, que veio à tona com Bolsonaro e similares. Na dúvida e na falta de grandes novidades, o eleitor, na média, preferiu ser conservado­r.

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