Com auxílio menor, 2,8 milhões buscam emprego
Força de trabalho subiu nos últimos meses, coincidindo com corte na renda
RIO DE JANEIRO Os brasileiros estão voltando a procurar emprego em meio à pandemia. Desde agosto, a força de trabalho teve aumento de 2,8 milhões de pessoas, período que coincidiu com o corte do auxílio emergencial e flexibilização das medidas restritivas no combate à Covid-19.
Segundo dados da Pnad Covid divulgados nesta terça-feira (1), a força de trabalho chegou a 97,8 milhões em outubro, um aumento de 1,4 milhão desde setembro, quando o auxílio emergencial foi reduzido pela metade, indo de R$ 600 para R$ 300.
O desemprego também teve alta, chegando a 14,1% em outubro, mas com elevação menos acentuada do que em outros períodos. Em setembro, a taxa era de 14%.
Mesmo com a redução da população fora da força, de 74,1 milhões para 72,7 milhões, ainda há um contingente alto de pessoas que não procuraram emprego devido à pandemia ou por falta de vaga onde vivem.
Eram 14,5 milhões de brasileiros nesta situação em outubro. Porém, o indicador vem em queda desde julho. A redução foi de 4,4 milhões, sendo que quase 1,5 milhão entre setembro e outubro.
No mesmo período, a população ocupada teve um acréscimo de 1,2 milhão de pessoas, enquanto os desocupados cresceram 300 mil. Isso indica que os brasileiros estão retornando ao mercado para procurar emprego.
O relaxamento do distanciamento social também contribuiu para a volta dos trabalhadores ao mercado. “As pessoas passaram a procurar emprego”, diz a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira. “A maior parte da população brasileira precisa trabalhar para pagar conta e não consegue ter grandes períodos sem ter fluxo de receita para pagar despesas.”
Em outubro, a flexibilização do isolamento seguiu em alta. A quantidade de brasileiros que não tomou nenhuma medida restritiva aumentou em 3,3 milhões em um mês. (Folha)