Biden usa ato de Trump para barrar imigrantes nos EUA
Embora tenha agido nos primeiros dias de governo para se distanciar das políticas anti-imigração de seu antecessor na Casa Branca, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, ainda se apoia em uma medida estabelecida por Donald Trump para impedir que milhares de migrantes cheguem ao território americano pela fronteira com o México.
Conhecida como “Título 42” e tratada como uma ordem de saúde pública, a decisão do governo Trump cita uma “séria preocupação com a introdução da Co- vid-19 nos EUA” como justificativa para a expulsão imediata de pessoas que tentarem entrar no país violando as restrições de viagens ou de forma ilegal. À época, março de 2020, os casos de coronavírus já começavam a se multiplicar.
Como a medida fala em “expulsão” e não em “deportação”, os migrantes enquadrados por ela sequer têm direito de apresentar seu caso à Justiça americana, e a maioria é devolvida ao México em horas.
A justificativa do governo Biden para seguir aplicando a determinação de Trump é que a medida dá à atual administração tempo para implantar mudanças profundas no sistema de imigração dos EUA.
O número de pessoas expulsas do país sob a ordem de saúde pública já passa de 445 mil, segundo o Serviço de Alfândega e Proteção
das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês).
Só em janeiro, foram 62.383, o segundo maior número mensal desde março de 2020, quando a medida entrou em vigor. O recorde é de outubro, com 63.006 casos de expulsão.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta terça (23) que a nova gestão não teve tempo de fazer mudanças significativas na área. (Folha)
Casa Branca diz que ainda não teve tempo de alterar ações do antecessor