Hospitais municipais têm maior ocupação de UTI desde julho
Na terça, 604 pacientes com Covid estavam internados em unidades geridas pela prefeitura
Os hospitais municipais da capital paulista registraram nesta semana o maior número de pacientes com Covid-19 internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde julho do ano passado, quando a cidade ainda enfrentava o pico da primeira onda do novo coronavírus.
Na última terça-feira (23), 604 pessoas ocupavam leitos de unidades municipais, mesmo número registrado em 23 de julho.
Apesar de o número ser o mesmo, as taxas de ocupações, que são as proporções entre internados e vagas disponíveis, são diferentes —na época, a cidade contava com dois hospitais de campanha para Covid.
Os dados dos boletins diários da Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), mostram que, entre outubro e fevereiro, o total de leitos de UTI ocupados quase dobrou, passando de 356 para 691. Na comparação com 23 de novembro,o aumento foi de 41%.
Da ultima semana para cá, o total de vagas preenchidas em terapia intensiva continua aumentando. No Hospital Municipal da Brasilândia (zona norte), houve uma elevação de 18,75% entre os dias 17 e 24, passando de 144 para 171 internações.
Na opinião do epidemiologista André Ribas, professor da faculdade São Leopoldo Mandic, a nova cepa do coronavírus, identificada inicialmente em Manaus (AM), pode ter contribuído para a alta em internações. “Já é sabido que algumas mutações dessa linhagem favorecem a transmissão.”
Sobre as medidas que vêm sendo adotadas para aumentar a restrição na circulação de pessoas na cidade, Ribas diz que as ações são “necessárias, mas insuficientes”.
Ele afirma que seria importante fazer um monitoramento não somente de quem testou positivo para a Covid-19, mas também das pessoas que tiveram contato com esses pacientes. “Isso tem sido feito em todos os países que tiveram sucesso [no controle da pandemia]”, acrescenta o especialista.