A hora mais grave
Nunca se morreu tanto no país devido à pandemia de Covid-19 como agora. A chamada média móvel diária atingiu seu número mais alto na quinta-feira (25), com 1.129 óbitos, mesma data em que o recorde para 24 horas foi batido.
Nunca o Sistema Único de Saúde esteve tão próximo de colapsar, enquanto a vacinação avança lentamente. Dezessete capitais registram taxa de ocupação de UTIS de ao menos 80%, de acordo com a Fiocruz, numa lista capitaneada por Porto Velho, Florianópolis, Manaus, Goiânia e Fortaleza.
Filas já começam a se tornar comuns nos hospitais Brasil afora, e estados vêm sendo obrigados a suspender cirurgias eletivas e outros procedimentos não relacionados à doença —movimento que também se observa na rede privada.
Completa a nossa desgraça o comportamento de Jair Bolsonaro, cujo empenho diuturno em sabotar as medidas de enfrentamento se voltou, no mais recente desvario, para o uso das máscaras, nada menos que o item de proteção mais importante neste momento.
Prefeitos e governadores agem como podem. Nos últimos dias, estados e cidades do país anunciaram medidas para restringir a circulação do público.
No estado de São Paulo, onde a ocupação média de leitos está acima de 70%, a região metropolitana da capital e outras cinco áreas retrocederam sua classificação no plano estadual —duas delas para a fase vermelha, a mais restritiva. Araraquara mantém há uma semana um confinamento rígido.
Mas os temores de consequências econômicas, somados ao cansaço de parte da população e à oposição teimosa de Brasília, tornam difícil para as autoridades implementar ações mais severas.