Enfermeiro destaca importância de se adaptar e ser resiliente
Mais jovem enfermeiro do Hospital Sírio-libanês, Wesley Almeida Santos, 23, encarou a pandemia já a partir da metade de seus dois anos de residência. ”Eu me recordo que, quando começou, a gente ainda não tinha a dimensão do que o vírus traria. Tem um conceito, mas o mundo não vivia uma pandemia havia muito tempo“, afirma.
O coronavírus não deu tempo para uma adaptação tranquila e exigiu muita dedicação do jovem profissional, que também trabalha na regulação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). ”Isso faz com que a gente tenha que se adequar a cada nova descoberta científica. Exige estudo, dedicação. Tem a sobrecarga, porque os hospitais ficaram superlotados. Uma sobrecarga profissional e emocional“, diz.
Santos conta que a pandemia deu destaque ao trabalho multidisciplinar, desde o profissional até a nutrição. Emergencista, ele diz que carregará o momento atual para o restante da carreira. ”Reforça o quanto a gente é capaz de se adaptar. A resiliência, o falar ‘vamos lá’. É um desafio que vem para estimular novas habilidades.“
O enfermeiro também diz que é importante o poder público dar suporte aos profissionais da saúde para que possam fazer o melhor pelos pacientes.
Mesmo quem já carrega consigo a experiência de 13 anos de enfermagem também se surpreende com o momento atual. Estudante da Faculdade de Medicina da São Judas de Cubatão, que desenvolve ajuda contra Covid em posto de saúde, Luciane Ferreira, 42, é enfermeira. ”O momento que estamos vivendo é horrível, mas também é histórico. Tenho mil ocupações e ainda trabalho como enfermeira, numa casa de repouso para idosos. O tempo é restrito, mas fiz questão de participar do voluntariado“, diz.” (WC)