Agora

Doria aposta em agenda positiva na internet para romper rejeição Estrategis­tas tentam achar o ‘Biden brasileiro’

-

Marketing seguirá na vacinação, mas pauta única traz efeito negativo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), planeja variar sua comunicaçã­o para apresentar outros feitos e temas além da pandemia, que tem o efeito duplo de alavancá-lo quando o assunto é vacina mas derrubálo quando se trata de anunciar restrições de circulação.

A exploração da vacina, considerad­a maior ativo eleitoral de Doria, será mantida como prioridade no marketing do tucano —a ideia é somar a isso outras vitrines e atacar a rejeição que aparece em pesquisas internas e externas.

O tucano tenta se viabilizar candidato a presidente da República, em meio a uma pulverizaç­ão de presidenci­áveis e diante de prévias do PSDB.

A estratégia se junta às mudanças do último mês,

Busca de candidato envolve estilo de campanha e programa econômico

quando o governador passou a adotar vestimenta mais casual nas entrevista­s e a responder seguidores nas redes, seja entrando no clima da provocação da “calça apertada” ou encarnando o “João vacinador”.

Por enquanto, a gravata deve continuar aposentada, e Doria buscará se mostrar mais tranquilo, propositiv­o e acessível.

A percepção que ensejou os novos rumos é a de que parte da população identifica, sim, Doria como “pai da vacina”, mas que essa visão precisa emplacar em todo o país. O foco em uma agenda positiva inclui ainda o investimen­to em estradas vicinais, aposta para melhorar a popularida­de no interior, e ampliar as reuniões com prefeitos e deputados. (Folha)

Se Jair Bolsonaro é uma versão tropical de Donald Trump, então a derrota do presidente brasileiro na próxima eleição passa por encontrar (ou construir) um equivalent­e de Joe Biden no Brasil. O raciocínio passou a nortear políticos e estrategis­tas que discutem a formatação de candidatur­as para 2022.

A corrida em busca de uma versão nacional do político que assumiu em janeiro o governo dos Estados Unidos pregando a reunificaç­ão nacional e o fim dos extremismo­s ganhou corpo nas últimas semanas em setores da centro-direita e da esquerda que querem brecar a reeleição de Bolsonaro.

Na fila para ser o Biden brasileiro aparecem hoje:

Lula (PT), que será candidato se mantiver seus direitos políticos; Tasso Jereissati (PSDB), que ainda é dúvida no jogo eleitoral; Rodrigo Pacheco (DEM), que recusa a candidatur­a; e Michel Temer (MDB), que não chega a ser nem balão de ensaio.

É claro que a diferença entre os sistemas políticos americano (bipartidár­io) e brasileiro (com 33 legendas) desencoraj­a uma comparação rígida, mas a caçada ao menos vem arrancando risadas e repercutid­o em memes. O movimento enseja também um debate sobre políticas de governo para a economia.

Talvez o único aspecto de Biden capaz de contemplar todo o quarteto local seja a experiênci­a, já que o grupo reúne dois ex-presidente­s e dois senadores —Pacheco é o atual presidente do Senado, e Tasso, que tem mandato no Senado até 2023, já foi governador do Ceará por três vezes. (Folha)

 ?? 14.abr.2021/divulgação ?? O governador de São Paulo, João Doria, durante entrevista; estilo descontraí­do nas redes sociais é parte da estratégia de marketing para 2022
14.abr.2021/divulgação O governador de São Paulo, João Doria, durante entrevista; estilo descontraí­do nas redes sociais é parte da estratégia de marketing para 2022

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil