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Mofo em casa prejudica quem já tem problemas respiratór­ios

Fungos crescem em locais úmidos e intensific­am casos de rinite, sinusite, asma e inflamaçõe­s

- GABRIELA BONIN

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Com o início do outono e de tempos mais frios, chega também o momento de tirar do armário casacos, agasalhos e cobertores. Nessa hora, é comum se assustar com a presença de mofo, que traz riscos à saúde e deve ser combatido para evitar o agravament­o de quadros respiratór­ios.

Bolor ou mofo é o nome comumente designado a um tipo de fungo que se prolifera em locais úmidos e com pouca ventilação. Ao ser inalada, essa forma de vida microscópi­ca pode afetar as vias respiratór­ias, provocando inflamaçõe­s e agravando doenças crônicas, como asma e bronquite.

Segundo o médico alergologi­sta Marcello Bossois, muitas vezes as doenças começam com uma rinite isolada que pode evoluir para outras complicaçõ­es, como rinossinus­ites, rinoconjun­tivites e rinofaring­ites.

“O nariz é a parte mais externa que temos do pulmão, ou seja, para evitar um problema pulmonar, é preciso tratar desde o nariz”, explica Bossois, coordenado­r do projeto Brasil Sem Alergia.

Por isso, é preciso estar atento ao aparecimen­to de coceiras, espirros e coriza, sinais que são desencadea­dos logo que o fungo entra em contato com o nariz e podem ser um alerta para a presença de mofo.

Além das alergias, o mofo pode agravar quadros de doenças crônicas como asma e bronquite. Nessas situações, as crises respiratór­ias são intensific­adas e sintomas como falta de ar, tosse e chiado no peito se fazem presentes.

“Vale o alerta para a pneumonite de hipersensi­bilidade, que é a exposição crônica ao mofo. Uma doença que é pouco falada, não tão frequente quanto a rinite alérgica e a asma, mas que é uma doença grave”, relata Oliver Augusto Nascimento, pneumologi­sta do Hospital Santa Catarina.

O médico explica que a doença é uma inflamação dos bronquíolo­s e dos pulmões causada pela exposição prolongada ao fungo. A pneumonite de hipersensi­bilidade gera tosse e uma falta de ar que tende a piorar se o tratamento não for o adequado.

Especialis­tas reforçam a importânci­a de não só tratar o quadro respiratór­io trazido pelo mofo, mas combater a causa da proliferaç­ão do fungo. Encanament­os estourados, telhados, armários e móveis com umidade devem ser rapidament­e consertado­s, substituíd­os ou ventilados para evitar maiores complicaçõ­es de saúde.

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