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A maternidad­e nos molda para sempre

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Escolher ser mãe é a maior —e muitas vezes— a melhor escolha que uma mulher pode fazer. Aqui não faço apologia à maternidad­e nem romantizaç­ão da função. Falo apenas sobre escolher um caminho que te enche de amor e te completa. Se alguém tem dúvida sobre ser mãe ou não, seja. Não deixe o tempo passar. A natureza não espera.

É bem verdade que filhos duram para sempre e dão muito trabalho, mas desde o início da concepção te moldam de forma única. Seu corpo e sua cabeça sentem as mudanças logo de cara. São enjoos, cansaços, humor alterado e euforia. Amor em excesso, raiva em excesso. Emoções à flor da pele. Choro, preocupaçã­o e culpa. No entanto, poucas vezes na vida você vai amar o seu parceiro de forma tão profunda como quando está gerando um novo ser. Poucas vezes você olhará com tanta doçura para seus pais, amigos e familiares e terá uma vontade tão grande de fazer do mundo um lugar melhor.

O futuro, já adianto, é incerto. E, claro, um dia a gente acorda. Os hormônios desaparece­m, o excesso de peso chega, a idade vai passando. E a gente vê que nenhuma felicidade dura para sempre. Talvez, na vida, só os filhos sejam para sempre —e o amor que nos fazem sentir. Sim, há problemas, obrigações, dores e angústias. Mas quando tudo vai, os filhos ficam. São parte de nós. Mesmo que você se perca, que o relacionam­ento desalinhe, os filhos seguem sendo sua melhor parte. São a representa­ção física da maior transforma­ção como mulher.

A maternidad­e é a escolha que vai te moldar da forma mais genuína possível. Não há nada igual. Você pode sair da cidade para uma tribo que não será, nem de perto, uma experiênci­a tão transforma­dora. Nada se compara a ter um filho. E quando a dúvida sobre tudo o que você deixará para trás se ficar grávida te assolar, fique grávida. Tenha um filho.

Se houver uma pontinha de incerteza sobre ser ou não ser mãe, seja. Porque há planos que você pode retomar lá na frente. Mas, quando se adia a maternidad­e, talvez nunca mais você a recupere.

Você pode ter que deixar projetos adormecido­s, porque criar um novo ser um humano demanda tempo, dedicação e energia, mas jamais deixará de ser você, de ter energia para correr atrás dos seus sonhos. Jamais deixará de amar e escolher os seus caminhos.

Só tenha um cuidado: filho não é cura, não é conserto.

Não salva casamento, não resolve a falta de perspectiv­a da

Filho nos transforma para melhor, de forma muito genuína; mas é caminho, não é pódio de chegada

pandemia, não é uma forma de se aproximar da sogra, de entrar para o clube dos amigos que vão falar de fraldas e noites sem dormir. Não é passaporte para divertidos natais em família, para o respeito na sociedade. Filho é presente, é motivo para acordar todo dia, é

Por causa do Dia das Mães, a coluna Colo de Mãe é publicada excepciona­lmente hoje e não na terça-feira (11) vontade de se transforma­r e de fazer melhor. Porque filho é o ser humano que mais merece ser respeitado no mundo. Filho é quem vai te elevar ao posto mais importante de sua vida, o de MÃE.

Tenha cuidado, porque filho não é cura, não é conserto. Ele vai

te elevar ao posto mais importante­s de sua vida, o de MÃE

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Arquivo pessoal Nina Raad, 10, listou as qualidades da mãe em uma flor
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41 anos, é mãe de Luiza, 14 anos, e Laura, 8 anos. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é coordenado­ra-assistente de Grana do Agora, apaixonada pelas filhas e por literatura.
Cristiane Gercina 41 anos, é mãe de Luiza, 14 anos, e Laura, 8 anos. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é coordenado­ra-assistente de Grana do Agora, apaixonada pelas filhas e por literatura.

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