Região da 25 de Março vai ter ombudsman para ouvir queixas
Consumidores poderão relatar desde falhas no atendimento até discriminação e sujeira nas ruas
O maior centro de comércio popular da América Latina se prepara para lançar seu serviço de ombudsman. O profissional será encarregado de receber e investigar as queixas dos consumidores da região que engloba 25 de Março, Brás, Bom Retiro, Santa Efigênia, Liberdade e a rua São Caetano.
Para o posto foi convidado Peter Aparecido de Souza, 55 anos, advogado empresarial e trabalhista e assessor jurídico da Apecc (Associação Paulista de Empreendedores do Circuito de Compras de São Paulo), idealizadora do projeto.
“A expectativa é o fortalecimento do consumidor da região. Temos que acompanhar a prestação de serviços, garantir a sua efetividade. Não basta um pedido de desculpas. O consumidor quer uma revisão de comportamento por parte de quem fornece o serviço. É preciso valorizar o consumidor, principalmente o de baixa renda”, afirma o futuro ombudsman da 25.
Segundo Souza, a região movimentava, em média, mais de R$ 29 bilhões por ano, com cerca de 2 milhões de pessoas circulando por dia, antes da pandemia.
Com a quarentena imposta para evitar o avanço da Covid-19, o centro comercial fechou, mas consumidores se mantêm fiéis.
No dia 3 deste mês, primeiro dia útil das novas regras da fase de transição do Plano São Paulo, a região amanheceu cheia de comerciantes e compradores de diversas partes do país.
São todas essas pessoas que o ombudsman espera ouvir. “A ouvidoria vai propor adoção de medidas para a defesa dos usuários. Vamos receber, analisar e encaminhar às autoridades competentes por meio de relatórios, promovendo adoção de mediação e a conciliação. Também daremos um feedback para o consumidor”, afirma.
“Em caso de reclamações anônimas teremos um certo cuidado, porque pode ter algo muito grave, como assédio, preconceito, discriminação”, diz.
O atendimento será feito presencialmente na região da 25 de Março, em endereço ainda não definido, no mesmo horário de funcionamento do comércio, inclusive aos sábados.
Por causa da pandemia de coronavírus, o serviço ainda não foi lançado. Souza
afirma que a associação aguarda o Plano São Paulo.
A nova fase do plano estadual liberou o funcionamento do comércio entre as 6h e 20h, mas com restrições, como o limite de ocupação de até 25%, com o uso de máscara e álcool em gel e o distanciamento social.