Calendário caótico pode afastar os destaques
Mesmo em fase decisiva, Paulistão faz clubes usarem jovens e reservas
Classificados às quartas de final do Paulista e em meio a competições continentais, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Red Bull Bragantino têm pela frente um calendário pesado em maio, até a estreia no Brasileiro, no fim do mês. Quem chegar à final do Estadual terá feito oito jogos em menos de 20 dias.
Como o Paulistão agora será definido em um “sprint” —com as quartas de final, semifinais e os dois jogos da final disputados em um intervalo de aproximadamente dez dias—, há até mesmo uma indefinição dos clubes em usar o time titular na reta decisiva.
O Palmeiras, por exemplo, já avisou que vai manter o planejamento e utilizar os reservas, mesmo no matamata do Paulista. As escalações de Corinthians e São Paulo são uma incógnita. De certeza, mesmo, só que todos vão apresentar desfalques significativos.
Por conflito de datas com as Copas Libertadores e Sulamericana, agravada pela paralisação do futebol paulista provocada pelo aumento de casos de coronavírus, os jogos das quartas de final do Estadual foram espalhados na semana. Além do confronto entre Corinthians e Inter de Limeira, nesta terça (11), Palmeiras e São Paulo duelam na sexta (14), respectivamente, com Red Bull Bragantino
e Ferroviária. Mirassol e Guarani se enfrentam na quarta (12).
Maratona sem fim
Depois de bater o pé para manter o calendário diante da urgência sanitária provocada pela contaminação do novo coronavírus, a FPF (Federação Paulista de Futebol) corre o risco de ter, na fase mais importante do Paulistão, equipes repletas de suplentes e jovens acionados das categorias de base.
Ao manter o plano inicial de a finalíssima acontecer no dia 23 de maio, a entidade encurtou o intervalo entre as partidas e prejudicou os quatro clubes que disputam outras competições de maneira simultânea.
O caso do Palmeiras é o mais emblemático. O time de Abel Ferreira iniciou a disputa do Estadual em meio a uma maratona de jogos por causa das finais da Copa do Brasil e Libertadores, além da viagem para o Qatar, em fevereiro, para a disputa do Mundial de Clubes e decisões da Recopa, contra o Defensa y Justiciaarg, e Supercopa do Brasil, contra o Flamengo. Não à toa, a solução encontrada pela comissão técnica alviverde foi deixar de priorizar o torneio e jogar com uma equipe alternativa, recheada de atletas das equipes sub-17 e sub-20 do clube.
O São Paulo também está vivo na Copa Libertadores e possui duelos importantes contra o Rentistasuru, no dia 13, e contra o Racing-arg, no dia 18.
Já o Corinthians e o Red Bull Bragantino disputam a Copa Sul-americana e também possuem semana cheia entre os confrontos do Paulistão. A falta de descanso pode forçar esses times a priorizar as competições internacionais.
Desvalorização
Tudo isso acontece no último ano de contrato entre FPF e Globo. A edição 2021 do Paulistão perdeu espaço na TV aberta, desvalorizando ainda mais o produto criado pela federação.
Apesar dos impactos negativos, intensificados pelo período pandêmico, a federação manteve o Campeonato Paulista como o maior Estadual do Brasil em termos econômicos e pagará R$ 3,5 milhões de premiação ao campeão. O vicecampeão receberá o valor de R$ 1,1 milhão. (UOL)