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Brasuca veterano desafia Neymar na França

- ALEX SABINO

Hilton Vitorino, 43 anos, é brasileiro mais velho na elite europeia

Quando terminar a temporada do futebol na França, no final do mês, Hilton Vitorino vai se reunir com o presidente do Montpellie­r, Laurent Nicollin. Na conversa estará o futuro do zagueiro brasileiro. O dirigente já havia sinalizado no passado com um cargo de olheiro ou como membro da comissão técnica.

“Eu não estou pronto para parar. Não consigo imaginar isso porque sou tão doido por futebol que não penso em outra coisa. Digo para a minha esposa: mais seis meses como atleta e chegar aos 44 seria bom demais”, afirma Vitorino.

Nenhum jogador brasileiro tem mais partidas no futebol francês. Tampouco há outro representa­nte do país tão velho quanto ele na elite das principais ligas nacionais da Europa. Em setembro, Hilton vai completar 44 anos.

Há três meses, ele atingiu a marca de 500 jogos disputados na primeira divisão da nação à qual chegou em 2004 com o pensamento de ficar seis meses e voltar ao Brasil.

Nesta quarta-feira (12), às 16h (de Brasília), o Montpellie­r enfrenta o Paris Saintgerma­in pela semifinal da Copa da França. Confronto que pode colocar Hilton Vitorino contra Neymar.

“Já o enfrentei algumas vezes. Como ele atua mais pelos lados do campo, não tivemos confronto direto. Mas é muito difícil marcálo. Ele é imprevisív­el”, avalia.

A final está marcada para o próximo dia 19.

As negociaçõe­s de novos contratos são normais na vida do zagueiro nascido no Gama (DF)E revelado pela Chapecoens­e em 1996. Desde

que chegou ao seu atual clube, em 2011, apenas seu primeiro acordo teve duração de dois anos. Todos os outros foram por apenas uma temporada.

“Eu cheguei no Montpellie­r com quase 35 anos.

Nunca disse para o técnico para me deixar fora de treinos quando eram apenas atividades físicas. Treino como se fosse o primeiro dia de teste nos juniores da Chapecoens­e. Essa vontade me ajudou a chegar até aqui”, explica o veterano.

No Montpellie­r, Hilton foi campeão francês em 2012. Já havia conquistad­o o título em 2010 pelo Olympique de Marselha, que deixou em 2011 após sua família sofrer um violento assalto.

Ele se identifico­u mais com a pequena Montpellie­r, perto da costa do Mediterrân­eo. Por isso afirma que, mesmo depois de parar, não pretende sair da cidade. Não que isso esteja nos planos.

“Já faz oito anos que me perguntam sobre aposentado­ria. Eu digo ‘vamos jogar este ano e ver o que acontece’. Sei que uma hora vou ter de pendurar as chuteiras. Jogar até os 50 seria coisa de louco, não é?”, ri. (Folha)

 ?? Pascal Guyot - 21.mar.21/afp ?? O zagueiro brasileiro Hilton Vitorino (à esq.), do Montpellie­r, disputa a bola com o atacante Hwang Ui-jo, do Bordeaux, em partida do Francês
Pascal Guyot - 21.mar.21/afp O zagueiro brasileiro Hilton Vitorino (à esq.), do Montpellie­r, disputa a bola com o atacante Hwang Ui-jo, do Bordeaux, em partida do Francês

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