Agora

Lula x Bolsonaro

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Anova pesquisa Datafolha mostra Jair Bolsonaro em seu pior momento no governo e no cenário eleitoral, enquanto aponta a ascensão de seu principal antagonist­a político.

Autorizado pelo Supremo Tribunal Federal a voltar à disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com folga a corrida ao Planalto: 41% das intenções de voto ante 23% de Bolsonaro, a quem derrotaria também num hipotético segundo turno por 55% a 32%.

No quesito rejeição, não votariam em Bolsonaro, em nenhuma circunstân­cia, 54% dos eleitores, enquanto 36% declararam o mesmo sobre o petista.

A volta por cima de Lula ocorre num momento difícil para Bolsonaro —em meio à catastrófi­ca gestão da pandemia, exposta pela CPI no Senado, e com inflação e desemprego em níveis elevados.

Não por acaso, a aprovação ao presidente caiu ao menor patamar desde o início de seu mandato. Consideram a gestão boa ou ótima apenas 24%, ante 30% em março. Já a reprovação se manteve estável, oscilando de 44% para 45%.

Deve-se considerar, entretanto, que há tempo para mudanças de cenário. O avanço da vacinação, por exemplo, pode dar um novo gás às atividades econômicas e sociais hoje represadas.

Esses resultados tendem a favorecer

Bolsonaro —mesmo que ele tenha se revelado um negacionis­ta irresponsá­vel.

As potenciais opções a um embate entre Lula e Bolsonaro em 2022 ainda são frágeis: há um embaralham­ento de possíveis candidatur­as, do centro à direita.

É obviamente cedo para descartar novidades no quadro. Constata-se, de todo modo, que nenhum dos antecessor­es de Bolsonaro aptos a disputar a reeleição se mostrava tão fraco a esta altura.

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