Matéria-prima acaba e lotes de Coronavac ficam comprometidos
Não há imunizante do Instituto Butantan para manter vacinação em gestantes e puérperas em SP
O governo de São Paulo e o Instituto Butantan entregaram um novo lote de 1 milhão de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde na manhã desta quarta (12).
Com isso, o governo paulista já entregou 46,112 milhões de doses e completou o primeiro acordo com o governo federal. As doses serão encaminhadas ao Programa Nacional de Imunizações, para serem distribuídas aos estados.
A entrega é a segunda de um total de três que o Butantan deve fazer à pasta da saúde nesta semana; na segunda (10), foram repassados 2 milhões de doses e na próxima sexta (14) será distribuído mais 1,1 milhão.
A partir desta semana, não haverá mais insumos para produzir a Coronavac no país, e o cronograma de junho pode ficar prejudicado, segundo informou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan na última segunda-feira (10).
O governo paulista aguarda a autorização na China para a liberação de um novo lote de IFA (ingrediente farmacêutico ativo). A China mantém separadas e prontas para embarque uma remessa de 10 mil litros. Além desse lote, que ainda não teve autorização para embarcar, o envio de novas remessas segue sem previsão.
Nesta quarta, o Butantan realiza uma reunião com autoridades chinesas em busca de uma posição para a liberação do embarque de um lote de IFA, cuja chegada, se autorizada, será no próximo dia 18.
“O laboratório Sinovac tem prontos, refrigerados e separados 10 mil litros para produzir a Coronavac e poderá liberar 4.000, 6.000 ou os 10 mil litros, mas nós temos um entrave diplomático, é preciso deixar claro isso”, afirmou o governador João Doria (PSDB).
A liberação está em suspenso após as declarações do governo federal, e principalmente do presidente Bolsonaro contra a China.
Doria afirmou que enquanto não houver a superação desse entrave diplomático a China não irá liberar esses insumos para a produção da vacina, a principal utilizada no país até o momento contra a Covid-19.
Com a escassez de doses da Coronavac, devido à falta de matéria-prima para produzi-la, a orientação da pasta da saúde de usá-la nas gestantes fica comprometida. (Folha)