Mesmo polêmicas, tatuagens no rosto desbancam preconceito U
Família e mercado de trabalho são a principal barreira na decisão de tatuar a pele da face
Tatuagens podem ser homenagens, registrar histórias ou ser apenas resultado do desejo de ter arte na pele. Ao passar pelo centro de São Paulo, é possível notar que as tatuagens reúnem cada vez mais adeptos, alguns deles tatuados em uma parte do corpo que divide opiniões: o rosto.
Aqueles que contam com desenhos nessa região do corpo relatam já estar acostumados com os olhares de estranhamento nas ruas. Além disso, pais e avós são os principais protagonistas das críticas.
“Minha avó me fez prometer que eu não iria tatuar o rosto enquanto ela estivesse viva. Então, não é uma possibilidade”, diz a tatuadora Mariana Fiore, 28. A profissional, todavia, já fez trabalhos nos rostos dos outros. Segundo ela, é uma região um pouco delicada, mas não há problemas na hora de tatuar.
A dor do procedimento na face pode variar dependendo da pessoa que está sendo tatuada e do local. “Dói muito pouquinho, quase nada. Eu sofro muito mais fazendo a sobrancelha”, conta a body piercer Tamiris Marques, 28.
Tamiris Marques, 28
Tamiris tem sete tatuagens pequenas espalhadas pelo rosto, além de desenhos na cabeça e no pescoço. A decisão de tatuar a face veio após ter os braços e pernas cobertos com a pintura permanente.
Por mexer com piercings, as tatuagens não são um problema. Mas ela conta que trabalhou por um período em uma agência de fotografia e, para alguns eventos, precisava esconder as tatuagens.
“Hoje, com as tatuagens no rosto, eu com certeza nem seria contratada”, diz.
Atualmente, as marcas também são encontradas no rosto de famosos, como o humorista Whindersson Nunes, que tatuou as iniciais do filho João Miguel — morto após um parto prematuro— e outras imagens.
No fim de 2020, o funkeiro MC Rick pintou o personagem João Frango na face.
Em 2003, quando não era comum, o polêmico boxeador americano Mike Tyson surpreendeu a todos com uma tatuagem tribal que é sua marca registrada.