Agora

Aumento na luz eleva número de reclamaçõe­s contra a Enel

Falhas na cobrança representa­m 80,2% do total de atendiment­os nos Procons do estado de SP

- YARA FERRAZ

A Enel, concession­ária responsáve­l pela distribuiç­ão da energia elétrica no estado de SP, é uma das campeãs de reclamaçõe­s dos consumidor­es nos Procons de SP. Dentre os principais motivos de queixas estão falhas na fatura, o que pode estar ligado à crise hídrica do país.

Desde 1º de setembro, está sendo aplicada a bandeira escassez hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kwh (quilowatts-hora) consumidos. Antes, valia a bandeira vermelha 2, com R$ 9,49 a mais.

Neste ano, os Procons de SP acumulam 20.275 atendiment­os relacionad­os à empresa. Deste total, a maioria (80,2%) é sobre falhas na fatura, que somam 16.278 reclamaçõe­s. Os dados são do Sindec (Sistema Nacional de Informaçõe­s de Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça, atualizado­s até quinta (14).

Levamento feito pelo Reclame Aqui a pedido do Agora mostra que, de janeiro a agosto deste ano, as reclamaçõe­s contra a concession­ária chegaram a 27.080. Do total, 15.574 são relacionad­as ao aumento no valor da conta, o que representa média de 64 queixas diárias.

O metalúrgic­o aposentado Wilton Onishi, 61 anos, morador do Jardim Selma (zona sul), foi um dos que não entenderam a alta no valor. Ele tem dois relógios em casa e percebeu um acréscimo no da garagem, que costumava ter conta média de R$ 32. Em agosto, o valor subiu para R$ 64,41 e, em setembro, para R$ 76.

“É um pavimento inferior, onde tenho um portão elétrico e uma lâmpada, mas que só fica acesa depois que escurece”, conta ele. “Eu sei que a energia subiu por causa da escassez, mas a conta que cheguei a pagar R$ 28 mais do que dobrou.”

Já em um condomínio no bairro da Água Fria (zona norte), o problema é outro. Segundo o síndico Jaci Santana Garcia, 73, a Enel suspendeu a emissão das contas do relógio de uma bomba de incêndio, que sempre vêm zeradas. “Já reclamamos nove vezes através de protocolos e não há solução ou sequer explicação”, diz.

Os moradores também têm problemas na área comum. As faturas de julho, agosto e setembro não foram enviadas, mesmo com tentativas do síndico de contato com a empresa.

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Ronny Santos/folhapress Wilton Onishi tem dois relógios; em uma deles, só possui portão e lâmpada, mas a conta de energia elétrica da garagem mais do que dobrou de valor

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