Após trauma pessoal, jovens decidem se tornar médicos
Profissionais da saúde tiveram experiência como pacientes antes de ingressarem na faculdade
O estudante de medicina passou por duas cirurgias no intestino com 14 anos, o cirurgião-geral caiu do cavalo e teve parte do rosto paralisado aos 13 e o infectologista lidou com crises de epilepsia ainda com 11.
Médicos e futuros médicos tiveram o primeiro contato com a atividade antes da pergunta “o que você quer ser quando crescer” ter de ser respondida com seriedade. E essas experiências acabaram tendo um peso na hora da escolha.
Willian Luiz dos Santos, 20, teve apendicite e precisou passar por duas cirurgias aos 14 anos. “Todo mundo achou que eu ia morrer”, diz. Foi quando conheceu o médico Emanuel Gois Junior, que lhe passou calma e esperança e fizeram com que Santos pensasse em seguir os passos do doutor. “Quero me tornar um símbolo de esperança”, diz ele, que vai começar em janeiro as aulas na Universidade Federal do Paraná.
Infectologista do hospital Beneficência Portuguesa, João Prats, 32, teve crises de epilepsia com 11 anos.
A forma como foi tratado pelo neuropediatra José Salomão Schwartzman o inspiraram a seguir na profissão. “Ele brincava, trabalhava de forma leve e aquilo foi inspirador”, diz ele.
Assim como Prats, o cirurgião Antônio Luiz Macedo, 70, do Hospital Vila Nova Star, também pensava em fazer medicina desde jovem, depois de observar pais de amigos.
Porém, o susto veio aos 13 anos quando ele montou em um cavalo de rodeio. “Eu montei, ele pulou até que me jogou na porteira. Eu bati o rosto e rompi um nervo”, diz o médico, que devido ao acidente, ficou com paralisia no lado direito do rosto.
O medo, após a cirurgia, era que sua visão fosse prejudicada, o que poderia impedi-lo de seguir a carreira de cirurgião. “Fiquei muito assustado com o olho que pisca menos e correr o risco de ter a visão prejudicada, mas nunca aconteceu nada”, diz. Um dia normal de Macedo começa às 6h, e as cirurgias têm início uma hora e meia depois. Depois, ele atende em seu consultório até o início da noite. (Folha)
Quero me tornar um símbolo de esperança. A minha experiência
mostrou que as pessoas não devem
desistir da vida Willian Santos, estudante