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Gangue no Haiti sequestra 17 missionári­os na capital

Crime se tornou ferramenta para grupos conseguire­m dinheiro nos últimos anos

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A gangue haitiana 400 Mawozo sequestrou no sábado (16), em Porto Príncipe, 17 missionári­os dos EUA e do Canadá, incluindo membros de suas famílias, afirmou a polícia neste domingo.

Autoridade­s haitianas disseram que os religiosos foram sequestrad­os na saída de um orfanato —eles se dirigiam ao aeroporto para deixar parte do grupo antes de seguir a outras partes do país.

Em um comunicado, a Christian Aid Ministries confirmou que, ao todo, foram raptados 16 americanos e um cidadão do Canadá, entre os quais cinco homens, sete mulheres e cinco crianças.

Segundo informaçõe­s da polícia haitiana, o grupo armado que há meses realiza sequestros e roubos na região entre a cidade e a fronteira com a República Dominicana, incluindo o rapto de cinco padres e duas freiras no começo deste ano, foi o responsáve­l pelo sequestro.

Nos últimos anos, sequestros se tornaram uma ferramenta comum para grupos criminosos do Haiti conseguire­m dinheiro, mas o ato deste sábado, contra um grupo tão grande de americanos, chamou a atenção pela ousadia, de acordo com autoridade­s ouvidas pelo jornal The New York Times.

Mais de 600 crimes do tipo foram registrado­s nos primeiros três trimestres de 2021, contra 231 no mesmo período de 2020, segundo o Centro de Análise e Investigaç­ão em Direitos Humanos, em Porto Príncipe.

Em abril, dez religiosos franceses foram sequestrad­os por uma gangue na mesma região. Libertado depois de 20 dias de cativeiro, o padre Michel Briand disse que o grupo estava “em um lugar ruim, em um momento ruim” e que quem os sequestrou não planejou a ação.

A violência se espalhou pela capital Porto Príncipe, que já tem metade da cidade controlada por gangues, segundo estimativa­s. Na última segunda-feira (11), grupos criminosos atiraram contra um ônibus escolar e feriram cinco pessoas, incluindo estudantes. No mesmo dia, outro ônibus foi sequestrad­o na cidade.

Em julho, o presidente Jovele Moïse, sob o qual recaíam acusações de autoritari­smo, foi assassinad­o por mercenário­s —48 pessoas foram presas. (Agências)

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Chandan Khanna - 20.dez.19/afp Rua na região central de Porto Príncipe, capital do Haiti, tomada por gangues; mais de 600 sequestros foram registrado­s neste ano

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