Retorno obrigatório das aulas reforça disparidades de ensino
Escolas particulares exploram áreas externas; públicas mantêm formato com alunos enfileirados
A volta obrigatória às aulas presenciais em São Paulo nesta segunda (18) expôs mais uma face da disparidade do ensino no estado.
Para as particulares, com área ampla e diversidade de espaços, o retorno trouxe a oportunidade de estimular nova forma de ensino, com atividades em áreas externas. Nas públicas, as aulas continuam no mesmo modelo, com os estudantes enfileirados nas carteiras.
O governador João Doria (PSDB) determinou que a frequência às aulas presenciais volta a ser obrigatória em todas as escolas estaduais e particulares do estado a partir desta segunda. O rodízio de estudantes será suspenso a partir de 3 de novembro, quando deixa de existir a regra de distanciamento de um metro nas unidades de ensino.
A maioria das escolas particulares da capital desde agosto já recebe quase a totalidade dos alunos, por isso, as novas diretrizes estaduais não implicaram grandes mudanças. Há mais de dois meses com as atividades presenciais para todos os estudantes, os colégios dizem que as adaptações físicas estimularam um novo formato de ensino ao qual todos já se familiarizaram.
Por outro lado, as escolas públicas receberam menos alunos do que o esperado. A nova determinação não levou de volta os estudantes, fazendo com que salas de aula inteiras ainda permanecessem vazias.
No colégio Humboldt, em
Interlagos, zona sul da capital, por exemplo, mais de 90% dos 1.200 alunos retornaram já em agosto para as atividades presenciais. Poucas foram as mudanças estruturais necessárias, já que a unidade tem 60.000 m² e as salas são bem ventiladas.
Diferentemente do observado nas escolas particulares, nas unidade da rede estadual os alunos assistem às aulas prioritariamente nas salas. Tanto na EE Eliza Rachel Macedo de Souza, na Vila Odete, como na EE Lívio Xavier, no Itaim Paulista, ambas na zona leste, o modelo de ensino não mudou. O que mudou em relação ao período pré-pandemia são principalmente as medidas de contenção à doença: uso de máscara, presença de álcool em gel e distanciamento obrigatório. (Folha)