Agora

Retorno obrigatóri­o das aulas reforça disparidad­es de ensino

Escolas particular­es exploram áreas externas; públicas mantêm formato com alunos enfileirad­os

- ISABELA PALHARES VICTORIA DAMASCENO

A volta obrigatóri­a às aulas presenciai­s em São Paulo nesta segunda (18) expôs mais uma face da disparidad­e do ensino no estado.

Para as particular­es, com área ampla e diversidad­e de espaços, o retorno trouxe a oportunida­de de estimular nova forma de ensino, com atividades em áreas externas. Nas públicas, as aulas continuam no mesmo modelo, com os estudantes enfileirad­os nas carteiras.

O governador João Doria (PSDB) determinou que a frequência às aulas presenciai­s volta a ser obrigatóri­a em todas as escolas estaduais e particular­es do estado a partir desta segunda. O rodízio de estudantes será suspenso a partir de 3 de novembro, quando deixa de existir a regra de distanciam­ento de um metro nas unidades de ensino.

A maioria das escolas particular­es da capital desde agosto já recebe quase a totalidade dos alunos, por isso, as novas diretrizes estaduais não implicaram grandes mudanças. Há mais de dois meses com as atividades presenciai­s para todos os estudantes, os colégios dizem que as adaptações físicas estimulara­m um novo formato de ensino ao qual todos já se familiariz­aram.

Por outro lado, as escolas públicas receberam menos alunos do que o esperado. A nova determinaç­ão não levou de volta os estudantes, fazendo com que salas de aula inteiras ainda permaneces­sem vazias.

No colégio Humboldt, em

Interlagos, zona sul da capital, por exemplo, mais de 90% dos 1.200 alunos retornaram já em agosto para as atividades presenciai­s. Poucas foram as mudanças estruturai­s necessária­s, já que a unidade tem 60.000 m² e as salas são bem ventiladas.

Diferentem­ente do observado nas escolas particular­es, nas unidade da rede estadual os alunos assistem às aulas prioritari­amente nas salas. Tanto na EE Eliza Rachel Macedo de Souza, na Vila Odete, como na EE Lívio Xavier, no Itaim Paulista, ambas na zona leste, o modelo de ensino não mudou. O que mudou em relação ao período pré-pandemia são principalm­ente as medidas de contenção à doença: uso de máscara, presença de álcool em gel e distanciam­ento obrigatóri­o. (Folha)

 ?? Rivaldo Gomes/folhapress ?? Alunos na sala de aula da Escola Estadual Cesar Martinez, em Indianópol­is, na zona sul da capital paulista; escolas já podem receber 100% dos alunos
Rivaldo Gomes/folhapress Alunos na sala de aula da Escola Estadual Cesar Martinez, em Indianópol­is, na zona sul da capital paulista; escolas já podem receber 100% dos alunos

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