Renda média é a menor em quatro anos no Brasil
Em julho deste ano, o salário médio caiu 7% ante o mesmo período de 2020
Os trabalhadores brasileiros com algum tipo de ocupação tiveram a pior renda média no segundo trimestre desde 2017. Foi o que mostrou um levantamento realizado pela consultoria Idados, com base em indicadores da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), referentes ao segundo trimestre do ano nos últimos quatro anos.
O estudo leva em consideração a renda real habitual da principal ocupação de quem está inserido no mercado, seja em atividades formais ou informais, já descontada da inflação.
Em junho deste ano, o rendimento médio teve uma queda de quase 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021, esse valor ficou em R$ 2.433, contra R$ 2.613, de julho de 2020. A pandemia, o desemprego e a subocupação, além dos reflexos da inflação, são alguns dos fatores que contribuíram para a queda no rendimento médio de quem exerce atividade remunerada no país.
“A pandemia prejudicou a renda média dos brasileiros que trabalham. Os que estão regressando ao trabalho estão encontrando um mercado fragilizado e isso prejudica a renda”, afirma o autor do estudo e pesquisador da Idados, Bruno Ottoni.
A subocupação por insuficiência de horas, ou seja, pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana mas estariam dispostas a trabalhar mais, atingiu o recorde da série. Os profissionais estão trabalhando menos horas do que gostariam e, consequentemente, tendo renda real menor. A maioria dos empregos é informal e a inflação elevada prejudica ainda mais.
O pesquisador esclarece que o aumento do rendimento médio ocorrido em 2020 não pode ser considerado como uma melhora, já que foi reflexo do desemprego da pandemia.
“Na pandemia, os que saíram foram os informais, com renda mais baixa. Com a saída de quem tem a renda mais baixa, a renda média sobe”, afirma ele.