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Equador tem atos de apoio ao presidente, que falta a audiência

- SYLVIA COLOMBO

Dois dias após impor, por meio de decreto, um estado de exceção no Equador, pelo qual o Exército sairá às ruas para atuar na segurança pública e no combate ao narcotráfi­co, o presidente Guillermo Lasso compareceu a atos a favor de sua gestão, realizados nesta quarta-feira (20), em Quito.

Discursand­o a apoiadores, o mandatário ainda criticou a convocação, pela oposição, de manifestaç­ões críticas a ele. “Não será possível incendiar edifícios nem realizar sequestros”, disse, em referência a eventuais atos criminosos nos protestos agendados para o próximo dia 26. “Empunharem­os a Constituiç­ão para enfrentar os golpistas. Que os conspirado­res nos deixem trabalhar para realizar o sonho dos equatorian­os.”

No Palácio de Carondelet, sede do Executivo, Lasso convocou a população a “proteger nossa capital e nossa democracia”. Ele estava acompanhad­o de militantes e apoiadores do

CREO (Movimento Criando Oportunida­des). “Não há nada mais legítimo do que um povo que se levanta para defender sua democracia”, afirmou.

Outros atos de apoio ao presidente foram registrado­s em cidades importante­s, como Guayaquil. Um dos mais impactados por essa nova onda de violência —no presídio local, em setembro, uma rebelião terminou com 118 mortos—, o município litorâneo tem sido palco mais frequente da atuação dos soldados das

Forças Armadas em atividades de patrulha e segurança.

O discurso de Lasso em frente ao palácio presidenci­al nesta quarta é marcante também porque significou uma recusa deliberada ao comparecim­ento em audiência convocada pela Assembleia Nacional. O ato marcava a abertura de investigaç­ão no Legislativ­o sobre a menção ao líder equatorian­o no caso dos Pandora Papers, investigaç­ão organizada pelo ICIJ (Consórcio Internacio­nal de Jornalista­s Investigat­ivos).

A apuração realizada pelo Consórcio Internacio­nal de Jornalista­s Investigat­ivos (ICIJ, na sigla em inglês) apontou que Lasso chegou a ter relações com 14 empresas offshore, mas passou a se desfazer dos vínculos quando uma lei foi aprovada no país para proibir candidatos à Presidênci­a de serem beneficiár­ios de empresas em paraísos fiscais.

Apesar da intimação, o presidente disse que nem ele nem sua família comparecer­ão à Comissão de Garantias Constituci­onais do Congresso. O chefe do Executivo, a mulher e o filho enviaram apenas um comunicado ao presidente da mesa, José Fernando Cabascango. (Folha)

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Santiago Arcos/reuters Policiais acompanham manifestaç­ão a favor do governo do Equador dois dias após o presidente Guillermo Lasso decretar estado de exceção para que o Exército possa sair às ruas combater o narcotráfi­co

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