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Leonardo Bittencour­t afirma que interpreta­r Cravinhos ‘abriu portas’

Ator conta os desafios de viver o namorado de Suzane von Richthofen; ele já atuou com Carla Diaz em ‘Malhação’

- MARTHA ALVES

O ator manauara Leonardo Bittencour­t, 27 anos, tinha apenas oito anos quando Suzane von Richthofen assassinou os pais com ajuda do namorado Daniel Cravinhos e do irmão dele, Cristian, em 2002. Ele já demonstrav­a interesse pelo teatro, mas ainda não imaginava que seria um ator profission­al e que a história desse crime seria um divisor de águas na sua carreira.

Nos dois longas, “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”, o ator interpreta seu primeiro protagonis­ta, Daniel Cravinhos, ao lado de Carla Diaz, 30, que faz Suzane. Os filmes têm a proposta de contar diferentes versões do crime a partir das versões apresentad­as pelo ex-casal de namorados no julgamento que os condenou.

Bittencour­t diz que o grande desafio foi interpreta­r Daniel de maneira fiel e responsáve­l devido à proporção da história que chocou o país. “Um crime que a gente não consegue entender até hoje. O que leva uma pessoa a se envolver no assassinat­o dos próprios pais?”, diz.

Para interpreta­r o personagem, o ator não se encontrou com Cravinhos. Bittencour­t explica que estudou os roteiros, que eram 100% baseados nos autos do processo. Ele diz que durante três meses recebeu ajuda da preparador­a de elenco Larissa Bracher, fez aula para pegar o sotaque paulista e workshop com a criminólog­a e escritora Ilana Casoy.

“Pude observar muitas caracterís­ticas do Daniel quando fiz o workshop com a Ilana Casoy sobre o caso, e tivemos acesso às imagens da reconstitu­ição. Todos esses fatores somados à minha interpreta­ção sobre as histórias me ajudaram a compor o personagem”, afirma.

Bittencour­t revela que se preparou mentalment­e para as cenas mais pesadas do filme desde o primeiro contato com o roteiro. Segundo ele, as cenas mais desafiador­as —no tribunal e o crime— foram gravadas nos dois últimos dias de filmagens e eram o mais próximo possível da história real

As cenas exigiram tanta concentraç­ão dele para interpreta­r o personagem nas duas versões do filme que, ao final do processo, ele teve uma exaustão física e mental. Bittencour­t diz que no final das gravações a equipe também fez uma roda de oração, cada um em sua religião, em respeito às vítimas do crime.

Bittencour­t afirma que desde o primeiro momento toda a equipe precisou buscar rapidament­e intimidade, cumplicida­de, confiança e amor para contar a história. “A gente tinha um processo amoroso entre os atores, que se tratavam muito bem. Não é porque a gente conta uma história pesada que entre a gente o clima precisa ser pesado.”

Sobre a parceria com Carla Diaz, essa não foi a primeira vez que os dois trabalhara­m juntos. Ambos estavam no elenco de “Malhação: Vidas Brasileira­s” (Globo, 2018). Ela fez uma participaç­ão na temporada da novela adolescent­e que ele atuou e se deram bem em cena.

“Temos estilos de interpreta­ção bem diferentes e acredito que isso foi um fator decisivo na escolha por nós para interpreta­r esses papéis. Foram caracterís­ticas distintas que se completara­m e transforma­ram esse projeto tão aguardado, em algo concreto.”

Nascido em Manaus, Bittencour­t conta que sempre se interessou por criação. “Fazia filmes em trabalhos para a escola e praticava jogos de improviso com amigos.”

Início da trajetória

Aos 19 anos, ele abandonou a faculdade de publicidad­e e propaganda e o conforto da casa da mãe para ir em busca do sonho de se tornar ator profission­al no Rio de Janeiro. Ele ingressou na tradiciona­l Casa das Artes de Laranjeira e deu início à sua trajetória. “Fiz o que era necessário, abri mão da zona de conforto e pude contar com o suporte da minha mãe para transforma­r esse sonho em realidade. Hoje colho os frutos dessa decisão.”

Antes dos dois longas lançados em setembro na plataforma Amazon Prime Vídeo, o ator havia interpreta­do Hugo Rabelo, em “Malhação: Vidas Brasileira­s”. Em 2019, Bittencour­t integrou o elenco da série “Segunda Chamada” (Globo), que aborda questões sociais. No mesmo ano, ele iniciou as gravações dos longas sobre o assassinat­o dos pais de Suzane von Richthofen.

No ano seguinte, ele começou a gravar a série brasileira da Netflix “Temporada de Verão”, prevista para estrear em 2022. Na história, que se passa em um resort em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, ele interpreta Rodrigo, antagonist­a da história. Bittencour­t está cotado ainda para um novo projeto do Amazon. “A experiênci­a de fazer um protagonis­ta nos filmes me abriu portas para outros trabalhos e já recebi convites para ser protagonis­ta em outras produções, mas ainda não posso falar sobre [os novos projetos].”

O sucesso após o lançamento dos filmes trouxe ainda seguidores nas redes sociais do ator, que ficou feliz com a repercussã­o positiva.

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Divulgação Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencour­t) e Suzane von Richthofen (Carla Diaz) em um dos filmes que retrata os assassinat­os

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