Desafio do clima
Auma semana do início de mais uma reunião sobre a crise do clima, parece duvidoso que os 197 países que há seis anos se comprometeram em Paris com medidas para conter o aquecimento do planeta superem os obstáculos que impedem os avanços necessários.
O Acordo de Paris objetivava limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C, mas entraves técnicos, financeiros e políticos fizeram com que os compromissos ficassem muito aquém disso.
A COP-26, em Glasgow, na Escócia, oferece o que pode ser a derradeira oportunidade diante do maior desafio de longo prazo enfrentado pelo planeta.
Infelizmente, países como o Brasil caminham no sentido oposto, por descaso e incompetência. Não há mais controvérsia: os efeitos por trás das mudanças climáticas são desastrosos para todos.
As reduções propostas pelos países em Paris, ainda que efetivamente realizadas, implicariam aumento da temperatura atmosférica acima de 2,5ºc. Isso acarretaria eventos extremos —secas, inundações, incêndios— em frequência e intensidade que nenhum governo está preparado para enfrentar.
Novas metas foram anunciadas, mas também ficam aquém do imprescindível, ultrapassando 2ºc. Ainda está por ser feita a maior parte do esforço exigido para afastar os piores cenários.
Impõe-se substituir carvão, petróleo e gás natural por fontes renováveis e menos poluentes. O investimento anual nessa área teria de saltar de US$ 1 trilhão para US$ 4 trilhões até 2030.
O Brasil teria muito a contribuir nos debates, mas Jair Bolsonaro destruiu a credibilidade que o país tinha. Ele poderá até pedir mais recursos dos países ricos, mas ninguém lhe dará atenção.