Para especialistas, ainda não é o momento de tirar as máscaras
Médicos defendem parâmetros para guiar o fim do equipamento, mas consideram uso necessário
O uso das máscaras para proteção contra a Covid continua sendo, por ora, uma arma importante no combate à pandemia segundo especialistas. Mas isso não significa que não seja possível —e até plausível—discutir parâmetros para a sua remoção.
“O problema é a definição de ‘ambiente ao ar livre’. Um ponto de ônibus é um ambiente ao ar livre, mas as pessoas com frequência se aglomeram nesses espaços”, explica a infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Unicamp.
Para ela, o mais difícil — convencer a população a usar a proteção facial— já foi conquistado, e é melhor manter essa orientação.
O mesmo raciocínio é defendido pela pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Margareth Dalcolmo.
“Qualquer discussão que tire foco de um hábito extremamente útil, saudável, desejável e recomendável em uma virose respiratória, que é usar máscaras de boa qualidade, é uma perda de energia.”
O país completou na última quarta-feira (20) 50% da população com esquema vacinal completo..para especialistas, mesmo uma cobertura vacinal elevada não deve ser o único fator a ser levado em consideração.
Além dos índices mais técnicos, por assim dizer, de controle da pandemia, há também o bom senso, explica o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas.
“Em espaços abertos não aglomeráveis é perfeitamente possível estar sem máscara. Agora, o que são esses espaços, como saber, aí vai da avaliação do risco individual. Não é que nunca chegaremos no momento de retirar as máscaras, apenas que em outubro de 2021, essa discussão ainda não condiz”, afirma. (Folha)