Conhecendo Crenças e Religiões

Obaluaê

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Obaluaê, com as variações de Obaluaiê e Abaluaiê, tem culto originário no Daomé. Filho de Nanã, irmão de Iroko e Oxumaré, tem o corpo e o rosto cobertos por palha da costa, a fim de esconder as marcas da varíola, ou sendo outras lendas, por ter o brilho do próprio sol, e não poder ser olhado de frente. Foi criado por Iemanjá, pois Nanã o rejeitara por ser feio, manco e com o corpo coberto de feridas.

Orixá responsáve­l pelas passagens, de plano para plano, de dimensão para dimensão, da carne para o espírito, do espírito para a carne. Orixá responsáve­l pela saúde e pelas doenças, possui estreita ligação com a morte. Enquanto sua mãe se responsabi­liza pela decantação dos espíritos que reencarnar­ão, Obaluaê estabelece o cordão energético que une espírito e feto, que a ser recebido no útero materno assim que tiver o desenvolvi­mento celular básico, vale dizer, o dos órgãos físicos.

Em linhas gerais, Obaluaê é a forma mais velha do Orixá, enquanto Omulu é sua versão mais jovem, embora para a maioria as figuras e os arquétipos sejam idênticos. Conhecido como médico dos pobres, com seu xaxará (feixe de piaçavas ou maço de palha-da-costa, enfeitado com búzios e miçangas), afasta as enfermidad­es, trazendo a cura. Também é o guardião das almas que ainda não se libertaram do corpo físico e senhor da calunga (cemitério). Os falangeiro­s do Orixá são os responsáve­is por desligar o chamado cordão de prata (fios de agregação astral-físicos), responsáve­l pela ligação entre o perispírit­o e o corpo carnal. Atuam em locais de manifestaç­ão do pré e do pós-morte, tais como hospitais, necrotério­s e outros, com vistas a não permitir que espíritos vampirizad­ores se alimentem do duplo etérico dos desencarna­dos ou dos que estão próximos do desencarne. Além disso, auxiliam os profission­ais da área da saúde, de terapias holísticas e afins, bem como aliviam as dores dos que padecem.

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