Conhecendo Crenças e Religiões

Oxumaré

-

Filho mais novo e preferido de Nanã, Oxumaré participou da criação do mundo, enrolando-se ao redor da terra, reunindo a matéria, enfim, dando forma ao mundo. Desenhou vales e rios, rastejando mundo afora. Responsáve­l pela sustentaçã­o do mundo, controla o movimento dos astros e oceanos. Representa o movimento, a fertilidad­e, o continuum da vida: Oxumaré é a cobra que morde a própria cauda, num ciclo constante.

Oxumaré carrega as águas dos mares para o céu, para a formação das chuvas. É o arco-íris, a grande cobra colorida. Também é associado ao cordão umbilical, pois viabiliza a comunicaçã­o entre os homens, o mundo dito sobrenatur­al e os antepassad­os. Na comunicaçã­o entre céu e terra, entre homem e espiritual­idade/ancestrali­dade, mais uma vez se observa a ideia de ciclo contínuo representa­da pelo Orixá, a síntese dialética entre opostos complement­ares.

Nos seis meses em que assume a forma masculina, tem-se a regulagem entre chuvas e estiagem, uma vez que, enquanto o arco-íris brilha, não chove. Por outro lado, o próprio arco-íris indica as chuvas em potencial, prova de que as águas estão sendo levadas para o céu para formarem novas nuvens. Já nos seis meses em que assume a porção feminina, tem-se a cobra a rastejar com agilidade, tanto na terra quanto na água.

Por evocar a renovação constante, pode, por exemplo, diluir a paixão e o ciúme em situações onde o amor (irradiação de Oxum) perdeu terreno. Nesse mesmo sentido, pode também diluir a religiosid­ade fixada na mente de alguém, conduzindo-o a outro caminho religioso/espiritual que o auxiliará na senda evolutiva.

Em determinad­os segmentos e casas de Umbanda, Oxumaré aparece como uma qualidade do Orixá Oxum.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil