O Menino e o Mundo é a primeira animação do Brasil a concorrer
sido apontada como grande favorita ao Oscar de melhor atriz. Sua principal concorrente, a diva Cate Blanchett, até poderia vencê-la pela performance em Carol, mas Hollywood adora um sangue novinho.
Mesmo com a veterana Kate Winslet faturando os prêmios que importam - e provavelmente o Oscar também -, a sueca Alicia Vikander também desponta com chances concretas na categoria de atriz coadjuvante. Sua atuação segura dá o suporte perfeito para Eddie Redmayne se destacar em atuação incrível em A Garota Dinamarquesa. Ele também teria chance, mas venceu ano passado por A Teoria de Tudo, em que viveu o famoso físico Stephen Hawking. E acontece que a Academia dificilmente premia um ator duas vezes seguidas.
Este ano o Oscar gerou polêmica por causa falta de negros entre os indicados, o que resultou na hashtag #Oscarsowhite (Oscar tão branco) e anúncio do boicote por parte de estrelas como Will Smith e Spike Lee. O apresentador Chris Rock, ativista da negritude, já garantiu que vai se manifestar - com piadas, claro. Mesmo com as ‘previsões’ apontando Divertida Mente como o favorito na categoria de melhor animação, o diretor paulista Alê Abreu, 44, não desanima de ver o seu O Menino e o Mundo sair vitorioso da cerimônia de premiação. “O Menino tem uma força. E é uma força que é do filme, não é de marketing”, diz. A vitória ele já conquistou, na verdade: seu filme é a primeira animação brasileira a ser indicada ao Oscar. Alê sabe disso, mas ainda assim não deixa de sonhar. “Se O Menino ganhar é a possibilidade de falarmos: ‘Olha, existe um respiro para a animação’. Vai mostrar que podemos ter outros caminhos, liberdade para criação. O Menino foi feito sem roteiro, uma forma radical de produção”. Para contar a história da criança que vai atrás do pai, o diretor usou técnicas de animação clássicas, como desenho feito à mão.