TSE envia ao STF novas suspeitas sobre campanha de Dilma em 2014
IRREGULARIDADES O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou novos indícios de irregularidades nas contas de uma empresa que prestou serviço para a campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). O presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, enviou as informações ao Supremo Tribunal Federal, onde tramita ação sobre as contas da petista. As suspeitas têm como base a DCO Informática, que recebeu R$ 4,8 milhões para disparar mensagens pelo WhatsApp durante a campanha. A empresa tem apenas um servidor, um notebook e três funcionários que trabalham sem carteira assinada. Com sede na cidade mineira de Uberlândia, a DCO registrou quatro repasses feitos ao longo de uma semana em outubro de 2014. Relatório da Secretaria Municipal de Finanças de Uberlândia aponta que “o estabelecimento não possui identificação na fachada, aparentemente também funciona como residência. A empresa tem como endereço uma casa situada em bairro tipicamente residencial. Um dos funcionários da DCO relatou que o contrato com a campanha de Dilma em 2014 previa pagamento de R$ 0,06 a R$ 0,16 para cada mensagem disparada e que o preço variava de acordo com o porte e solicitação. Ele também disse que foi desenvolvido um programa para fazer os disparos de mensagens. A campanha de Dilma nega qualquer irregularidade. “Todas as contribuições e despesas da campanha de 2014 foram apresentadas ao TSE, que após rigorosa sindicância, aprovou as contas por unanimidade”, diz nota assinada pelo ex-ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha. Em fevereiro, Gilmar Mendes já havia pedido que órgãos de controle fiscalizassem a DCO e outras seis empresas por suspeitas de irregularidades. Em outubro do ano passado, a PF instaurou inquérito sobre as contas da petista por ordem do ministro do TSE, que se baseou no fluxo de caixa 2 para o PT revelado pela Operação Lava Jato. Em entrevista ontem a uma rádio de Uberaba, também no Triângulo Mineiro, Dilma disse não ter responsabilidades sobre eventual caixa 2 nas suas campanhas e que as dívidas remanescentes da disputa foram quitadas pelo PT. O publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, afirmaram à Justiça que US$ 4,5 milhões recebidos em uma conta na Suíça tiveram origem no caixa 2 da campanha de Dilma em 2010. Segundo a petista, cabem ao PT e a Santana responder sobre a denúncia.