Correio da Bahia

OLIMPÍADA Encontro de ouro

- Moysés Suzart moyses.suzart@redebahia.com.br

Em visita à Bahia, Maurren Maggi é inspiração para adolescent­es

Na quadra da Escola Municipal João Pereira Vasconcelo­s, na Praia do Forte, cerca de 30 adolescent­es do Instituto Fazer Acontecer brincavam de futebol, vôlei e basquete. Todos aguardavam a presença da medalhista olímpica Maurren Maggi, ouro em Pequim-2008 no salto em distância, que contaria um pouco do espírito olímpico para a garotada da ONG, que atende mais de 100 crianças através do esporte.

No meio da turma, uma em especial aguardava ansiosamen­te a atleta aposentada. Com 15 anos, Valentina era a única que já havia praticado a modalidade de Maurren. Para ela, seria o dia do encontro com sua maior incentivad­ora.

Valentina também tem sua medalha. Ganhou este ano o ouro no salto em distância no intercoleg­ial de Mata de São João. Saltou 3,4 m. “Não quero perguntar para ela como é a sensação de ganhar uma medalha de ouro, pois eu já ganhei uma. Quero saber como eu faço para saltar tão longe como ela”, disse Valentina, aguardando o momento de encarar Maurren, que foi ouro após saltar 7,04 m em 2008.

“Se treinar muito, tiver muita dedicação, vai longe”, disse Maurren para a tiete. Convidada de um patrocinad­or dos Jogos, a única mulher medalhista de ouro do atletismo brasileiro não só realizou o sonho de uma futura atleta, como ganhou novos adeptos. As bolas foram abandonada­s pelos adolescent­es, que fizeram fila para saltar nos colchões montados na quadra. “Creio ter plantado uma sementinha do atletismo nesta garotada”, acredita Maurren. Sou muito amiga de todos eles. Porém, pela história, pelas medalhas que ele tem, acho que Scheidt é o mais merecido para carregar nossa bandeira. Ele já tem o meu voto. Isto acontece em todas as Olimpíadas. Nenhuma Olim- píada é perfeita. Nós, atletas, que fazemos com que fique perfeito, pois sempre queremos o melhor para a gente. Os atletas estão no direito deles de reclamar, mas não é algo inédito. Em Londres, as camas eram pequenas e eu não dormia direito. Nada é perfeito. Como o foco agora é o Brasil, então é natural que repercuta tanto assim. É triste de um lado, pois não estou competindo, mas feliz, pois continuo ao lado dos atletas. Como comentaris­ta, falarei de pessoas que convivo, que sei quem são. Continuo fazendo parte do meio. Bolt sempre será uma atração a ser observada. Ele, apesar da recente contusão, está muito focado. Olimpíada não é fácil para ninguém, incluindo as feras. Vai ser uma Olimpíada com muitas surpresas. Sem dúvida na Fabiana Murer, do salto com vara. Ela está muito focada, sabe muito bem onde tem que saltar. Tudo que ela errou foi corrigido e ela só pensa nesta Olimpíada, deixou isto bem claro. Ela tem uma história muito triste de Olimpíada e acho que chegou a vez dela no ouro. Não digo surpresa, mas nossas saltadoras Keila (Costa) e Lia (Eliane Martins) podem surpreende­r. Comecei a carreira cedo, com uns 6 anos. Fazia ginástica olímpica, vôlei, natação, até xadrez. Meu esporte favorito era ginástica olímpica. Porém, cresci um pouco demais e todos sabem que atleta de ginástica tem que ser bem pequeninin­ha (risos). Depois de um convite para morar em São Paulo e fazer parte de um reduto de atletas, eu me descobri no salto. Então, às vezes, o esporte pode encontrar você.

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Valentina ouve conselhos e pega dicas com Maurren Maggi, única mulher brasileira a ter conquistad­o uma medalha de ouro olímpica no atletismo

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