Mercado de trabalho deve mostrar reação em setembro, diz ministro
EMPREGOS O mercado de trabalho só deve começar a mostrar reação em setembro, na avaliação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Em julho, a expectativa é de que o fechamento de vagas formais volte a superar a geração de emprego no país. “Em julho talvez ainda não tenhamos os números desejados, mas, a partir de setembro, nós acreditamos que teremos meses bem melhores”, estimou, em visita ao Rio. O país perdeu 531.765 vagas com carteira assinada no primeiro semestre do ano, o pior resultado registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quarta-feira, pelo Ministério do Trabalho. Nogueira, entretanto, defende que já há sinais positivos nas divulgações do Caged, como a redução no ritmo de eliminação de vagas no resultado acumulado em 12 meses. “Tivemos agora nesse mês um pequeno aumento de demissões em alguns setores, que nos afetou, mas nós estamos convictos que a tendência é reduzir”, avaliou. “Quando você chega no fundo do poço, a gente tem areia. Quando você dá um impulso para sair, a tendência é afundar um pouquinho ainda, em razão do impulso. E esse é o impulso da economia em alguns setores”, avaliou o ministro. Segundo ele, os setores que mais têm mostrado dificuldades de recuperação são o da construção civil, serviços, metal-mecânico e comércio. “Numa grande crise, como a que o Brasil foi afetado e que levou a 12 milhões de desempregados, você não se recupera em três meses”, defendeu. O segundo semestre do ano está perto de começar e os estudantes que estão em busca de estágio já podem se animar. Isso porque uma pesquisa da Companhia de Estágios aponta que é neste período do ano que se concentram mais chances de vagas nas empresas brasileiras. Os dados da recrutadora apontam que, nos três últimos anos, a média de crescimento na oferta de novas vagas de estágio durante o segundo semestre foi de 7%. Mesmo em 2015, período no qual houve um aprofundamento da crise do emprego, essa taxa chegou a 6,8% - resultado notável, visto que o país perdeu mais de 1,5 milhão de postos de trabalho formal ao longo do último ano, de acordo com o Caged.