Governo Central tem déficit de R$ 32,5 bi no primeiro semestre
RECORDE A queda das receitas em meio ao crescimento de gastos obrigatórios fez o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o maior déficit primário da história em um primeiro semestre. De janeiro a junho, o resultado ficou negativo em R$ 32,521 bilhões. O rombo fiscal é bem maior que o registrado no mesmo período do ano passado (R$ 1,76 bi). O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública. Apenas em junho, o Governo Central teve déficit de R$ 8,802 bilhões, negativo para o mês pelo terceiro ano seguido e também o maior déficit da história. Em junho do ano passado, a conta estava negativa em R$ 8,249 bilhões. Neste período, a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 617 bilhões, uma queda real (descontada a inflação) de 7,33% frente ao mesmo período de 2015. Números que são consequência da crise econômica do país, que reduziu o nível de atividade. Ainda assim, o resultado negativo em junho só não foi pior por causa da antecipação de recursos da renovação de concessões de usinas hidrelétricas. Uma concessionária pagou, na última semana de junho, R$ 5,2 bilhões que venceriam em 4 de julho. Realizado em novembro do ano passado, o leilão rendeu R$ 16 bilhões ao governo, dos quais R$ 11 bilhões foram pagos em janeiro. Pressionadas pelos gastos obrigatórios, as despesas totais subiram 0,3% acima do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a taxa oficial da inflação do país) no período. Apenas em junho, os gastos caíram 5% em relação ao mesmo mês de 2015. Os gastos com a Previdência Social subiram 5,4% além da inflação nos seis primeiros meses do ano. As demais despesas obrigatórias cresceram 1,5% acima da inflação oficial.